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Ministro do TST reconhece que assessores é que são os “juízes de fato” na Justiça do Trabalho

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Uma declaração dada pelo ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, um dos mais antigos no Tribunal Superior do Trabalho (TST) em entrevista ao jornal Valor Econômico (veja a íntegra aqui) explicita mais uma vez o que só o governo federal insiste em não enxergar: que o servidor é a mola mestra do Judiciário Federal.

Ministro Ives Gandra Martins (Foto: Divulgação / TST)
Ministro Ives Gandra Martins (Foto: Divulgação / TST)

“A sociedade acredita que eu que estou despachando, mas não sou eu. Eu chamo meus assessores de juízes de fato”, disse Gandra, ao criticar o sistema judiciário atual e a sobrecarga da Justiça do Trabalho, especificamente. É fato conhecido de toda categoria que em muitos casos quem faz os votos e sentenças são os assessores dos juízes, funcionários altamente qualificados trabalhando inclusive de casa e em suas horas de lazer – ainda assim, enquanto os magistrados receberam 40% de aumento, os servidores continuam amargando oito anos sem qualquer reajuste e o completo descaso do governo federal. A mesma situação repete-se no Ministério Público Federal, onde colegas minutam pareceres em todas as instâncias, muitas vezes até sem serem detentores de função comissionada ou cargo em comissão.

A declaração do ministro e a atual situação dos servidores deve ser motivo de reflexão para toda a categoria. Com a proximidade de um novo ano, a única certeza é que há mais lutas por vir e cada vez mais a união em torno do objetivo de aprovar o tão almejado reajuste salarial será fundamental para que o Palácio do Planalto entenda que o servidor não pode ser descartado dessa forma, como se não fosse um trabalhador merecedor de condições dignas de sobrevivência.

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