Mineiros invadem Brasília, mais uma vez, e prosseguem nesta quarta-feira, 19, com colegas de todo o País, a luta pela derrubada do veto ao PLC 28/15

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Os mais de 12 mil servidores do Judiciário Federal que estiveram em Brasília (DF) nesta terça-feira, 18, incluindo cerca de 600 de Minas, em caravanas oriundas de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Uberaba, Uberlândia, reunindo também colegas de Contagem, Betim, Divinópolis, Governador Valadares e várias outras cidades, não tinham a certeza de que haveria a sessão conjunta do Congresso Nacional (deputados e senadores) na mesma data, nem, muito menos, que o Veto 26/15 (veto ao PLC 28/15, que trata da reposição salarial da categoria) seria pautado para a sessão, embora tenham feito intenso trabalho de mobilização na Câmara e no Senado, juntamente com os sindicatos em todos os estados, incluindo o SITRAEMG, para que isso acontecesse e para que o veto fosse derrubado. E o rolo compressor do governo conseguiu evitar que a sessão se realizasse na terça. Porém, ela foi marcada para a manhã desta quarta-feira, 19, muito em razão da pressão feita pelos parlamentares que assumiram com a categoria o compromisso de apoiar a luta e votar pela derrubada do veto, mas também porque o Palácio do Planalto tem algumas matérias de seu interesse entre os itens pautados.

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Servidores mineiros concentrados na Praça dos Três Poderes à medida que as caravanas do estado chegavam à capital federal – Fotos: Gil Carlos e Pedro Campos

E o governo venceu o primeiro round, pois o Veto 26/15 acabou não sendo pautado. Mas é exatamente esse interesse que ele tem pela sessão dessa quarta-feira que poderá ser usada como trunfo pelos servidores. Seguindo orientação de parlamentares que prometeram trabalhar contra o veto, como o senador Ronaldo Caiado (DEM/GO), os servidores, que permaneceram em Brasília, atuarão desde o início da manhã de hoje, na Câmara e no Senado, em um trabalho de corpo a corpo com os membros das duas casas, em duas frentes de convencimento: primeiro, para que façam uma última tentativa de incluir o Veto 26/15 na pauta da sessão de hoje do Congresso Nacional; segundo, que, caso isso não seja possível, que trabalhem para que não haja quórum e a reunião não aconteça. Com o governo necessitado de aprovar os itens de seu interesse, terá que negociar para que, na reunião seguinte, o veto 26/15 também seja acrescentado à pauta. Aí, virão à prova a palavra empenhada e até mesmo as assinaturas dos centenas de parlamentares (deputados e senadores), de todos os estados, que prometeram votar com os servidores. E é por isso que vai ser fundamentalmente importante a presença maciça destes já bem no início da manha desta quarta-feira no Congresso. Divididos em grupos, eles visitarão os gabinetes, conversando com os próprios parlamentares ou seus assessores, para recomendar-lhes a insistência pela inclusão do veto 26/15 na pauta, ou, não sendo possível, se ausentem para que não haja quórum e a sessão não se concretize.

Enquanto parte dos servidores estiverem se mobilizando dentro das duas casas legislativas, os demais (a maior parte) irão participara de mais um ato público no gramado em frente ao Congresso. Assim como nessa terça-feira, eles vão cobrar mais de uma vez de Renan a agilização na votação do veto 26, e protestar contra o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, pela sua omissão ao não defender a aprovação do PLC 28/15, que é um projeto de iniciativa do próprio Supremo, e, ainda por cima, fazer um acordo com o governo, sem sequer ouvir a categoria, e apresentar um projeto que rebaixa os salários do funcionalismo do Judiciário, depois de quase uma década de defasagem salarial, e por sua submissão ao Executivo, por tentar impedir mais uma vez a aprovação de um projeto de reposição salarial da categoria, enquanto o governo perde bilhões e bilhões de reais no ralo da corrupção e de sua má gestão.

Muito barulho, como no dia em que o PLC 28/15 foi aprovado no plenário do Senado

As caravanas com os mais de 12 mil servidores do Judiciário Federal chegaram a Brasília logo no início da manhã dessa terça-feira. Concentrados inicialmente na Praça dos Três Poderes, eles se dividiram em grupos para reforçarem o trabalho de convencimento aos parlamentares, sobretudo os líderes de partidos e blocos, para que garantissem a realização da sessão, da inclusão do veto na pauta e a derrubada do veto. Os demais seguiram para o gramado em frente ao Congresso, onde, por volta das 15 horas, iniciaram um ato unificado com muito barulho, ao som de apitos, cornetas, vuzelas e batuque, expressando sua insatisfação com Dilma e Lewandowski, em faixas e cartazes e com palavras de ordem como “não é mole não; são nove anos perdendo pra inflação”. O ato prolongou-se por toda a tarde, adentrando a noite e só se encerrando por 20 volta das 20 horas, permanecendo por longo tempo com o barulhaço ao lado do Senado, prosseguindo com passeata passando pela frente do Palácio do Planalto e encerrando-se em frente ao prédio do STF, com todos chamando o presidente Lewandowski, em uníssono, de “traidor”.

Em meio a vários discursos, uma servidora mandou um recado para o ministro: “Lewandowski disse que é uma minoria de servidores que rejeita o novo projeto que ele apresentou (o terceiro que ele apresentou ao longo de seu mandato, e segundo nos últimos dias, em consequência da força da greve). Mas nós estamos aqui para mostrar que somos uma maioria (contra o projeto)”. Em meio a mais um boato visando desmobilizar a categoria, agora de que o Supremo estaria modificando o projeto apresentado na semana passada, para minimizar os prejuízos nele previstos, o coordenador da Fenajufe Adilson Rodrigues respondeu de forma bastante veemente que essa informação não é oficial, e mesmo que fosse, não interessa, porque a categoria quer é a recomposição das perdas inflacionárias. E isso só será possível com a derrubada do veto 26/15 e a consequente preservação do PLC 28/15.

Recorde de servidores mineiros em mobilizações em Brasília

Ainda na noite dessa terça-feira, a direção da Fenajufe se reuniria para tratar das atividades de mobilização desta quarta-feira. Antes disso, porém, diretores do SITRAEMG reuniram-se com os centenas de servidores mineiros que estiveram presentes, deram os informes sobre os desdobramentos das articulações no Congresso e acertaram as tarefas a serem realizadas hoje. Foi, ainda, reforçada a necessidade de ampliação do número de filiados da entidade, para que a mesma se fortaleça e a prepare ainda mais para as lutas. Juntamente com o também coordenador geral Igor Yagelovic, eles organizaram o retorno das caravanas mineiras ao estado. Alguns que não poderiam ficar voltaram à noite mesmo. A grande maioria, porém, ficou para continuar a luta nesta quarta-feira. Pela direção do SITRAEMG, estiveram presentes os coordenadores Alexandre Magnus, Igor Yagelovic, Alan da Costa Macedo, Célio Izidoro, Sandro Luis Pacheco, Vilma Oliveira Lourenço. Conforme destacado por Magnus, foi a maior quantidade de servidores mineiros já trazidos em caravanas para mobilização em Brasília.

Mais fotos dessa terça-feira, em Brasilia

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