Marcha em Brasília confirma: greve será a saída contra intransigência do governo

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Servidores insatisfeitos marcharam sob sol forte para dizer ao governo Dilma que não aceitam mais enrolação

Estimam-se em 15 mil as pessoas que marcharam na manhã desta terça, 5 de junho, pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em um levante contra o constante desrespeito do governo Dilma às reivindicações dos servidores públicos. Carregando bandeiras, cartazes e buzinas, misturavam-se servidores e estudantes das universidades federais, da saúde, do Executivo e também os servidores do Poder Judiciário Federal – dentre eles, a caravana de Minas Gerais, tendo as coordenadoras do SITRAEMG Lúcia Maria Bernardes de Freitas, José Francisco Rodrigues e Artalide Lopes Cunha à frente.

Servidores de Minas marcham, mandando seu recado à Dilma (Foto: Janaina Rochido) 

Dentre os gritos de guerra entoados pelos manifestantes, um se destacava: “Não tem dinheiro para o plano de carreira, mas tem para o Carlinhos Cachoeira”, em referência às recentes investigações em torno das relações do bicheiro com políticos e empresários. Os versos vêm bem a calhar, quando se pensa que uma das “desculpas” mais célebres do governo federal para não conceder reajustes é justamente a falta de verbas. Durante a marcha, o que não faltaram foram críticas à atuação intransigente da presidente Dilma Rousseff, que se recusa a negociar com os servidores de diversas categorias, fato confirmado pelos vários dirigentes sindicais que falaram à multidão.

Segundo Jean Loiola, coordenador da Fenajufe que falou como representante dos trabalhadores do Poder Judiciário Federal, a expressividade da marcha de hoje não deixa dúvidas de que o servidor não aceita mais ser tratado com o desdém que o governo vem destinando à categoria. “Todas as categorias querem greve, o que prova que o governo não dialoga”, afirma o sindicalista. Especificamente no caso do Judiciário, Loiola aponta que a categoria tem sido preterida e defende a construção da greve: “a cúpula do Judiciário precisa resolver a questão”, pontua.

Mineiros em luta também

O coordenador executivo do SITRAEMG, José Francisco Rodrigues, acredita que a marcha foi um primeiro passo para a deflagração de uma greve geral nacional. “O discurso [do governo]  continua o mesmo, e a defasagem salarial e a desvalorização do servidor continuam; é preciso partir para a discussão do plano de carreira e da implementação da database”, critica o sindicalista, para acrescentar que achou importante a participação dos servidores das outras categorias, “construindo uma unidade”.

A coordenadora-geral do SITRAEMG, Lúcia Maria Bernardes de Freitas, somente a união dos servidores e a greve vão pressionar de fato o governo federal a resolver o impasse sobre o PL 6613/2009, o PCS, atualmente parado na Comissão de Finanças e Tributação – CFT. A categoria em Minas, inclusive, já tem um encontro marcado no dia 13 de junho, em frente ao TRT da rua Mato Grosso, onde haverá Ato Público e assembléia para deliberar sobre a mobilização (veja mais informações e o edital de convocação aqui).

De acordo com o calendário da Fenajufe, amanhã, quarta-feira, seria dia de acompanhar a sessão da CFT pela manhã e, a tarde, debater com representantes de cada sindicato sobre o movimento. No entanto, com a sessão cancelada devido ao feriado de Corpus Christi, a sessão no Congresso foi cancelada.

Marcha reuniu 15 mil insatisfeitos com o governo Dilma Rousseff e seu tratamento aos servidores públicos (Foto: Janaina Rochido)

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