Na tarde de quarta-feira (2), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), leu o ato de criação da comissão especial que vai analisar a reforma administrativa (PEC/32/20). Os nomes dos 34 membros titulares e igual número de suplentes devem ser definidos pelas lideranças dos partidos na semana que vem.
Vale registrar a preocupação demonstrada pelo parlamentar diante da pressão que vem sendo feita pelos servidores e entidades representativas sobre os congressistas, pela rejeição da proposta de desmonte dos serviços públicos. Ao anunciar o ato, Lira fez questão de repetir uma das muitas mentiras que vêm sendo contadas desde a apresentação do conjunto de propostas de mudanças na administração pública, ocorrida em setembro passado: a de que a PEC 32/20 não atingirá os atuais servidores nem o direito adguirido. Vai atingir, sim, e isso vem sendo exaustivamente mostrado nos debates promovidos por todas as frentes contrárias à proposição. A estratégia dos governistas é acomodar os atuais servidores e esvaziar as mobilizações contra a reforma.
Além de presidir a Casa, Arthur Lira é uma das principais lideranças do chamado Centrão, grupo informal de parlamentares e partidos que apoiam incondicionalmente o governo, desde meados do ano passado, em troca de favores e cargos da administração pública federal.
Na próxima quarta-feira (9), a Frente Parlamentar Mista do Serviço Público entregará a ele um abaixo-assinado, que já conta com quase 110 mil assinaturas por meio eletrônico, pedindo a suspensão da tramitação da PEC 32/20 durante a pandemia.
Engaje-se na luta contra a PEC 32/20:
