João Pessoa: debates sobre "Balanço da greve…" sinalizam no sentido da retomada do movimento paredista pela derrubada do Veto 26

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O Plano de Lutas dos servidores do Judiciário Federal será votado somente neste domingo (25), último dia da XIX Plenária Nacional da Fenajufe, conforme previsto na programação da Federação. Porém, se levadas em consideração as intervenções dos delegados nos debates deste sábado (24) dentro do tema “Balanço da greve e da Campanha Salarial”, a tendência é de que a proposta de retomada do movimento paredista nos próximos dias, pela derrubada do Veto 26/15, seja votada e aprovada.

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O coordenador da Fenajufe Tarcísio Ferreira abriu os debates de hoje sobre o balanço da greve e da campanha salarial – Foto: Pedro Campos

O apelo pelo retorno de todos os estados à greve foi feito, principalmente, pelos servidores do Distrito Federal, que hoje comemoram 139 dias de “braços cruzados”. Alguns deles já até sugeriram a data de reinício das paralisações: 3 de novembro. Mesmo com a possibilidade de o veto ser pautado somente para a sessão do dia 17 do Congresso Nacional. Mas as deliberações do Plano de Lutas, vale lembrar, deverão ainda ser submetidas à categoria em todos os estados.

Não à CUT, petistas e governistas

As avaliações durante as discussões de hoje, com pouquíssimas exceções, foram de que a última greve foi a maior de toda a história da categoria, reforçando o que já foi ouvido nos atos, assembleias e demais atividades do movimento paredista, inclusive nas muitas articulações em Brasília, dentro e fora do Congresso. E com a constatação dessa força de mobilização e luta, as falas de hoje de tendência governista, pela negociação do PL 2648/15 – que já ganhou o apelido de “PL do leitinho”- ou por outra opção que não seja a derrubada do veto, receberam vaias em coro da maioria dos participantes da Plenária. José Oliveira, servidor do Rio Grande do Sul, foi um deles, ao dizer que há uma determinação dentro da categoria no sentido de não sair com “reajuste zero” desta luta, para defender articulações pela negociação do “PL do leitinho”. Foi vaia geral e palavras de ordem em coro, com a já famosa frase “derruba o veto!”.

Os protestos surgiram fortes principalmente entre os seus colegas gaúchos. “O PL 6613/09 teria sido aprovado em 2010, se entidades sindicais não tivessem boicotado o nosso movimento. Por isso, tivemos que engolir outra proposta rebaixada. Vamos tentar agora a derrubada do veto. Se as forças governistas não atrapalharem, é claro”, rebateu Paulo Rosa. Outro servidor do estado sulino, Wagner Azevedo, referindo-se à necessária busca de apoios junto às bancadas sabidamente conservadoras, completou: “é muito ruim nos curvarmos para parlamentares de direita, mas o governo não nos deixou alternativas”. Outro servidor gaúcho expressou todo o seu descontentamento e indignação comentando ser inadmissível, depois de decidido em assembleia em seu estado, por duas vezes, que a categoria manteria a luta pela derrubada do veto, e membros da chapa que perdeu a última eleição para a atual diretoria do sindicato daquele estado (Sintrajufe/RS) organizarem um abaixo-assinado defendendo a negociação do PL 2648/15.

“Se não há margem de negociação, como discutirmos o PL 2648/15? Não dá para acreditar em Amarildo nem no Lewandowski. A única alternativa é a derrubada do veto. O PL do leitinho ‘afunda’ nossa mobilização por quatro anos”, reforçou Maria Eugênia Lacerda, servidora do Distrito Federal e coordenadora da Fenajufe. “Não concordo com companheiro que vem aqui, diz que não acredita na derrubada do veto e está lá conosco dentro do Congresso. Temos que banir essas pessoas do nosso movimento de luta”, acrescentou Gilmar, também do DF. Mais uma vez, o plenário reagiu em coro: “Esse veto vai cair, vai cair, vai cair… vai cair, vai dair”.

Na abertura das discussões sobre o tema, o coordenador da Fenajufe Tarcísio Ferreira frisou que a categoria cumpriu, como assumira, o compromisso de jogar sobre Lewandowski a responsabilidade para que este fizesse valer a autonomia do Judiciário, e também sobre o governo, que criou todas as dificuldades para que a tramitação do projeto não evoluísse, e sobre o Congresso. Cledo Vieira, também coordenador da Federação, esclareceu que a Fenajufe só cumpriu as determinações do Comando Nacional de Greve, abrindo os canais de negociação, mas não está autorizada a fechar qualquer acordo sem a anuência da categoria. E também defendeu, como único caminho, a luta pela derrubada do veto.

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