Internautas fazem protesto pró-Mercado Central

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Os protestos contra o fechamento do tradicional Supermercado Aymoré, no Mercado Central, ganharam a adesão dos internautas. No site de relacionamento Orkut, clientes e turistas entram na comunidade do mercado, com 8.098 membros, para demonstrar tristeza e indignação com a entrada da rede de eletrodomésticos Ricardo Eletro no lugar do Aymoré.

«Acho legal a modernidade, mas creio que essas coisas, como loja de eletrodoméstico, são mais a cara de shoppings e outros centros comerciais. O mercado deve preservar nossa cultura», escreve uma mulher identificada como Belle.

Para Cláudia, outra integrante da comunidade, o fim do supermercado é uma «lástima». «Infelizmente, a loja mais original do Mercado vai fechar. Apenas acho que a diretoria está descaracterizando o que já foi o Mercado Central. Já abriram precedentes para uma padaria, uma drogaria, salão de beleza de luxo, lojas de roupas e bijuterias, bares que são quase de luxo, ótica e agência de turismo», critica a cliente.

Para ela, o local se tornou um ponto de turistas para tirar foto dos bichinhos, comer abacaxi e beber uma cerveja. «O mercado já está dentro das características de um shopping. Não se assustem quando vier uma franquia do McDonald’s». Dentro do mercado, o filho de um dos mais antigos lojistas do espaço, Fernando Von Dollinger, 44 anos, dá continuidade ao trabalho do pai, com uma loja de peixes e aquários. Ele é mais um dos que acham que o local está perdendo sua história. «Não somos um mercado e nem um shopping center», lamenta.

O próprio Olímpio Marteleto, um dos proprietários do Supermercado Aymoré, confessa que não achou que haveria tanta comoção com o anúncio do fim da loja. «Eu não esperava. Vou ficar muito triste. Trabalho no Mercado desde 1932», diz ele, que está com 90 anos. O supermercado foi aberto em 1946 e funcionará até o domingo 30 de dezembro.

A loja será ocupada por uma unidade da rede de eletrodomésticos Ricardo Eletro, que vai pagar R$ 18 mil por mês de aluguel à família Marteleto. A previsão é que o estabelecimento esteja aberto até o fim de janeiro. Para Marteleto, a chegada de uma loja de eletrodomésticos não descaracteriza o local. «É normal. Não consigo mais tocar o negócio. Há três meses eu não vinha aqui», disse.

A moradora do Bairro Planalto Míriam Maria da Costa, 65 anos, compra no Aymoré há 43 anos. Ela considera o fim da loja um horror. «Fiquei muito triste. É um ponto de referência», afirma. Cliente há mais de 40 anos, Sônia Dias, 59 anos, conta que, além da variedade de produtos, vai sentir falta do bate papo com os funcionários. «Vou ter de procurar outro lugar que tenha tudo isso».

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Fonte: Hoje em Dia

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