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GREVE EM MINAS: desabafo de filiado aos colegas fora da greve questiona: “É isso que querem?”

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O filiado Alberto de Carvalho, da Justiça Federal, é mais um servidor que está indignado com a situação humilhante imposta aos servidores do Judiciário Federal pelo governo federal, que, além de não conceder a reposição salarial da categoria, ainda cortou a verba prevista para tal do Orçamento de 2015. Insatisfeito com a situação e ciente de que só uma forte mobilização pode mudar o cenário, Alberto colocou no papel seu desabafo e autorizou o SITRAEMG a compartilhá-lo com os colegas. Confira:

Boa tarde colegas.

Desculpem o desabafo a seguir, mas não posso me calar.
Pelas notícias que estou recebendo, parece que todos vocês estão satisfeitos com o salário que vem recebendo. Muito bom! Mas, então, a gente deve estar trabalhando em locais diferentes.
Eu sei que alguns de vocês tem outras atividades fora daqui. Ótimo! Mas é aqui, na Justiça Federal, presumo, de onde recebemos a maior parte de nosso rendimento mensal, pelo menos aquele que estaria garantido todo mês. E creio que esse valor é, ainda, importante para todos nós. Caso contrário, já teríamos pedido as contas, pedido exoneração, para buscar algo melhor.
Ou seja, ainda nos faz falta esse dinheirinho que recebemos aqui.
Bom. Sei que muitos tem diversas incorporações no salário, o que faz aumentar um pouco o resultado final. Quanto a essa parte, é bom lembrar que não há correção sobre essa parcela. Ou seja, daqui a pouco tempo, não vai fazer mais qualquer diferença recebê-la ou não.
Outra coisa. Nossas funções comissionadas. Primeiro, é importante lembrar que essa verba não será recebida quando aposentarmos. Além disso, no novo PL que foi encaminhado para o Congresso (acho que até no outro também já tinha isso), existe a previsão de que grande parte dessas funções será cortada. Ou seja, alguém vai perder a função, com ou sem greve. Além do mais, se houvesse união de toda a Vara, o Juiz não iria ter como retaliar ninguém, cortando as funções. Bastaria que todos nós nos uníssemos, e não aceitássemos retaliações. Isso é pedir muito?
Outro ponto importante é com relação às futuras compensações. Ora, ninguém pode querer exercer o seu legítimo direito de greve, ficar sem trabalhar e, depois, não querer compensar o tempo não trabalhado e ainda receber integralmente  o salário!!! Isso sim seria no mínimo imoral. Receber salário por um tempo em que não trabalhei, por que estava de greve? Não acho certo. Devemos, sim, ter o salário descontado ou, para quem puder, compensar, de acordo com os critérios estabelecidos pela administração. Mas, pessoal, será que devemos, nesse momento, ficar tão preocupados com esses critérios? Alguém aqui já viu o estabelecimento de critérios tão rígidos que a gente não possa, em acordo com a administração mais próxima de nós, flexibilizá-los, de modo que seja possível, a cada um, de acordo com as possibilidades individuais, cumprir efetivamente essa compensação??????
Por fim, não acho justo, com nossos outros colegas, de Brasília, Bahia etc, que já estão de greve há mais tempo, e mesmo com os nossos colegas mineiros, aqui da JFMG, JE, JT, JM, que a gente fique quietinho aqui, em nossas salas, no conforto do ar condicionado, esperando que os grevistas consigam, PARA TODOS OS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS, um reajuste de salário, o qual já está há mais de 08 (OITO) anos sem recomposição (os 15%, divididos em três vezes, não serve sequer para aliviar essa defasagem). Daqui a pouco, todos nós teremos que arrumar outro emprego. E, esse novo emprego, se continuar tudo do jeito que está, daqui a pouco não será para complementar nosso salário da JF. Esse, que recebemos agora, irá complementar o novo que iremos receber na iniciativa privada. Daqui a pouco, teremos que vender carro, casa etc.
É isso que querem????
Se estão satisfeitos, se o medo de retaliação é tão grande assim, então, como a gente diz para aquelas visitas que não queremos mais: a porta da rua é a serventia da casa. É um direito de cada um de nós. É só pedir exoneração. E eu também me incluo nessa. Se a situação ficar mais complicada ainda (de certo, sem mobilização, ficará), não afasto a possibilidade de pedir exoneração. Basta conseguir outra atividade me pague razoavelmente bem e que meu trabalho seja reconhecido.
Mais uma vez, desculpem o desabafo. Se feri alguém, me desculpe. Minha intenção não era essa, mas, sim, apenas tentar trazê-los para a realidade. Sem greve, sem UNIÃO, não vamos conseguir nada. Nosso presidente do STF não se mostra receptivo a fazer nada pela nossa categoria. Somente vai lutar pela categoria dos membros do Poder Judiciário. E a atual presidentA, se não se sentir acuada, não vai fazer nada.
Então, temos que partir para a luta, para a GREVE. E arcar com as conseqüências. Todos nós, unidos.

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