Encontro de fórum que contesta projetos do governo que atacam direitos de trabalhadores une forças e fará ato dia 16, data em que os servidores lançam a campanha salarial.
A manifestação programada pelos servidores públicos federais para acontecer no dia 16 de fevereiro, em Brasília, ganhou o reforço do fórum nacional que reúne dezenas de entidades e que defende os direitos dos trabalhadores, ameaçados por projetos do governo.
Reunidos na quinta-feira (27), no auditório da Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Crédito), na capital federal, dirigentes de entidades sindicais e populares aprovaram realizar um protesto nacional na mesma data do convocado pelos servidores. A manifestação defenderá um aumento maior para o salário mínimo e a correção da tabela de Imposto de Renda, criticará o aumento de até 135% concedido por deputados, senadores e presidente da República para si mesmos e contestará os projetos que atacam direitos dos trabalhadores e os que privatizam os serviços públicos.
O encontro aprovou uma resolução que sintetiza estas reivindicações, critica a política econômica do governo de Dilma Rousseff e os ataques aos serviços públicos, entre eles a tentativa de congelar os salários do funcionalismo. “Na primeira reunião na vigência do novo governo, o Banco Central aumentou a taxa básica de juros que, além dos outros prejuízos que causa ao país, vai aumentar o volume de recursos públicos repassados aos banqueiros na forma de pagamento de juros da dívida pública”, diz trecho do documento. O manifesto será distribuído durante o ato público em Brasília, que, a princípio, deverá começar nas ruas e ser concluído com um debate em auditório no Congresso Nacional.
Servidores do Judiciário participaram
A reunião deu continuidade aos debates e articulações travados em novembro do ano passado, na plenária que firmou o acordo em torno da construção deste fórum, que se propõe a atuar com independência e desatrelado de governos. Organizaram a atividade, entre outras entidades, a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), o Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), e a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), mas participaram outras centrais sindicais, federações e representantes de 14 confederações.
A decisão de realizar a atividade no mesmo dia do lançamento da campanha salarial dos servidores, com acordo de que as manifestações em algum momento serão unificadas, partiu da compreensão de que é preciso ampliar as mobilizações e unir forças.
Sindicatos do Judiciário Federal e do MPU estiveram representados pelos servidores Saulo Arcangeli (Sintrajufe-MA), Ana Luiza Figueiredo Gomes (Sintrajud-SP) e Paulo Falcão (Sindjus-AL). Todos integram a direção da federação nacional (Fenajufe) e o movimento LutaFenajufe.
Para Saulo, o resultado do encontro foi um avanço na luta em defesa dos direitos ameaçados. “Vários ataques estão postos e é muito importante fazer a unidade, mostrar que os trabalhadores estão vivos e que vão lutar por seus direitos”, disse, durante a plenária. “Foi uma semana importante em Brasília, fizemos uma reunião de unidade dos servidores que há muito tempo não conseguíamos fazer”, disse, ao mencionar o resultado da reunião da coordenação nacional dos servidores (Cnesf), ocorrida no dia anterior, e destacar a importância da aliança com os trabalhadores dos setores privados.
O servidor Paulo Falcão também ressaltou a importância de unir forças e preparar já a resistência. “Os servidores precisam se antecipar aos ataques que já estão anunciados pelo governo”, disse, pouco depois do encerramento da atividade.
Por Hélcio Duarte Filho, para o SITRAEMG