Com a eleição da candidata Dilma Rousseff à presidência, o assunto do reajuste dos servidores voltou às manchetes. Enquanto a futura habitante do Palácio do Planalto não define os nomes que comporão o seu time, as conversas que dominam o ambiente se concentram nas medidas que o próprio presidente Lula deverá adotar com o fim de preparar o terreno para os próximos quatro anos. Como já se imaginava, a chave do cofre se tornou o símbolo maior desse período de definições.
A Folha de São Paulo divulgou ontem (02), em matéria assinada por Kennedy Alencar, que “Lula deverá negar o pedido do Judiciário para que seja concedido um reajuste de 56% ao funcionalismo público dessas categorias.” A mesma reportagem indica que “ca lculos da equipe econômica mostram que o reajuste de 56% teria um impacto extra de R$ 7,2 bilhões ao ano na folha de pagamento do Judiciário e de R$ 800 milhões na do Ministério Público.”
A idéia de Lula é reduzir o impacto e melhorar a qualidade do dinheiro empregado, evitando o gasto efêmero, segundo as palavras de Dilma Rousseff. A equipe econômica já anteviu que os planos de reajuste dessas categorias não garantem a equiparação, e, ao mesmo tempo, elevam bastante os custos. E como a conta ainda não estaria fechada, mesmo concendendo os R$ 7,2 bilhões de reajuste o problema não seria solucionado: em pouco tempo haveria outra demanda para sanar a questão da equiparação, o que mobilizaria ainda mais dinheiro, elevando o dispêndio para além dos R$ 7,2 bilhões. Seria preciso, então, otimizar a alocação do orçamento, resolvendo de vez as deficiências e evitando uma eterna repetição do problema, rompendo com o ciclo de manobras de Planos de Carreira que não se habilitam para dissolver os abismos salariais entre os servidores.
Para enfrentar esta queda de braço e saírem vitoriosos, muitos servidores apostam na atuação do deputado Reginaldo Lopes, do PT de Minas Gerais. Reeleito com expressiva votação, Reginaldo terá papel decisivo na aproximação com a equipe orçamentária desse processo de transição. Defensor da alternativa do Subsídio, o parlamentar (que também é presidente do PT no segundo maior colégio eleitoral do país) é o autor de uma das Emendas que, ao mesmo tempo, reduz o impacto orçamentário e resolve o problema do fosso salarial.
Segundo sua assessoria, o deputado já esteve em contato por várias vezes com o relator do PCS do Judiciário na Comissão de Finanças, deputado Ricardo Berzoini (PT), e também com o própr io Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Nessas ocasiões, Lopes tem insistido em demonstrar que os números das emendas são favoráveis à categoria e estão dentro das possibilidades do governo.
Outra informação que repercute nesse momento é que Bernardo tem grandes chances de se fortalecer na equipe ministerial de Dilma. Nesse caso, o PL 6613 original tende a sair ainda mais enfraquecido, já que em maio deste ano, nas primeiras rodadas de negociação, Bernardo afirmou que era favorável à adoção do Subsídio para o Judiciário e o MPU. As palavras do Ministro ganharam repercussão na mídia e impulsionaram ainda mais a adesão dos servidores ao Movimento Subsídio Já.
Fonte: Site JusBrasil Notícias