Conforme amplamente noticiado pela imprensa nacional nesta quinta-feira, 17, o ex-governador do estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi preso nesta manhã, em seu apartamento no bairro do Leblon, na capital fluminense. Cabral é investigado pela Polícia Federal por prática de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa que teria desviado pelo R$ 200 milhões em recursos públicos federais em obras estaduais durante seu governo, em um estado que passa por uma crise fiscal e, por isso, teve R$ 170 milhões bloqueados pela União. Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e pela 7ª Vara Criminal da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em mais uma fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga amplo esquema de corrupção na Petrobras.
O SITRAEMG entende que o País precisa, sim, começar a se livrar da prática de corrupção que todo mundo sabe que existe e é histórica, em todas as esferas de governos e dos poderes constituídos do Estado brasileiro. Porém, para que a Lava Jato se legitime como uma operação isenta, assim como a atuação do Ministério Público e do Judiciário nos processos dela decorrentes, é preciso que apertem o cerco contra todos os políticos, incluindo os do Partido dos Trabalhadores. Mas também que aja contra os políticos nela citados que foram adversários do PT ou que, outrora parceiros deste, migraram para a base do novo governo e se tornaram, digamos, “protegidos”.
Ninguém vê nenhuma ação mais contundente, por exemplo, em relação a Romero Jucá, Renan Calheiros e outros políticos do PMDB e do PP, que, antes aliados do PT, eram sistematicamente denunciados por envolvimento no esquema da estatal. Também parecem “blindados” os sempre citados José Serra, Aécio Neves e outros do PSDB e demais partidos a este aliados. Sérgio Cabral se insere nestes grupos, pois, como se sabe, foi um dos principais aliados de Lula, em seus dois mandatos, e hoje se encontra fora da cena política.
O SITRAEMG espera, por fim, que a PF, o MP e PJ lancem olhares por todos os esquemas de deveio de dinheiro público que existirem, em todos os órgãos públicos. E, sobretudo, que investiguem cuidadosamente, julguem com celeridade e isenção e punam os realmente culpados de acordo com os dispositivos previstos em lei.
Só assim o País avançará.