Que as Bancas de Heteroidentificação possuam paridade étnica e considerem a condição fenotípica dos(as) candidatos e candidatas; fortalecer a participação da Fenajufe junto às entidades sindicais; reencaminhar as resoluções aprovadas no seminário de combate ao Racismo da Fenajufe de 2013 e 2014.
Esses são alguns dos itens do conjunto de propostas aprovadas no segundo e último dia do II Encontro Nacional da Fenajufe de Pretas e Pretos, realizado, de forma híbrida, nos dias 19 e 20 de outubro (sábado e domingo).
O evento reuniu membros da Direção da Fenajufe e dirigentes e filiados de 14 entidades sindicais da base da entidade nacional.
O Sitremg participou presencialmente, em Brasília (DF), representado pelos coordenadores Eliana Leocádia e Enilson Fonseca, e pelas filiadas aposentadas Maria da Conceição Cruz e Maria das Dores Lopes de Carvalho.
“Foi muito produtivo o encontro, com várias discussões dentro do tema, incluindo a importância de estarmos unidos aos nossos sindicatos para combatermos o racismo que está inserido, desde os primórdios, nas diversas camadas da nossa sociedade”, avalia Maria das Dores. Ela destaca a importância da aprovação da criação do Coletivo Nacional da Fenajufe de Pretas e Pretos do PJU e MPU. “Foi excepcional”, sintetiza.
Como não teve caráter deliberativo, as propostas aprovadas serão encaminhadas à Diretoria Executiva da Federação, para análise e posterior divulgação.
Sentindo na pele o racismo
Na abertura do evento, os coordenadores da Fenajufe Lucena Pacheco, Fernanda Lauria, Luiz Cláudio Correa, Paulo José e Jaílson Lajes ressaltaram a importância do debate racial na categoria como forma de incentivar a construção de ações efetivas de eliminação das discriminações, preconceitos e outras formas de opressões nos sindicatos de base, que visem o enfrentamento para além das instituições do PJU e MPU.
O destaque do primeiro dia foi a aprovação da criação do Coletivo Nacional de Pretas e Pretos do PJU e MPU da Fenajufe, comemorada como uma grande vitória para o segmento.
Nas atividades do segundo dia, o juiz Fábio Esteves do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), ao falar sobre “A importância do associativismo no cenário antirracista do Judiciário brasileiro”, deu seu testemunho do quanto os estereótipos interferem na distinção social das pessoas.
“Minha competência é questionada cotidianamente não por causa de currículo, e sim, por este corpo estar num lugar estranho ou esse lugar (magistratura) ainda estranhar esse corpo”, disse.
Já Rosana Fernandes, da entidade Solidarity Center, afirmou que o associativismo é um conjunto de organizações que lutam por uma sociedade diferente. “Pensando numa sociedade diferente é pensar, economicamente, socialmente e politicamente o sistema capitalista”, pontuou.
Ao abordar o tema “Organização de luta Antirracista na Fenajufe e suas Perspectivas Futuras”, a assessora técnica da Fenajufe, Vera Miranda, defendeu a necessidade de estudar o diagnóstico do perfil racial dentro do Poder Judiciário.
Com informações da Fenajufe
Assessoria de Comunicação
Sitraemg