Protesto organizado pela UPB (União dos Policiais do Brasil) contra a PEC 287 (reforma da previdência), se desdobra em ocupação do Congresso Nacional e confronto com a polícia legislativa. A manifestação iniciada na tarde desta terça-feira (18/04) conta com sindicatos de policiais civis e federais dos estados de Minas Gerais, Ceará, Paraná, Espirito Santo e Santa Catarina.
Com os ânimos exaltados, os policiais civis e federais quebraram vidraças para forçar a entrada na chapelaria da Congresso, para tentar impedir o avanço das votações da reforma da Previdência. A Polícia Legislativa confrontou os manifestantes com sua tropa de choque, utilizando-se de bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta.
A UPB defende que as menções a servidores que exerçam atividade de risco sejam retiradas do texto da reforma da previdência, argumentando que a proposta do governo não contempla uma aposentadoria que corresponda ao risco do trabalho dos agentes de segurança pública.
Os policiais também cercaram todo o congresso, para impedir que os parlamentares tenham acesso à outras entradas da Câmara e do Senado Federal. Líderes da manifestação ainda negociam com a Polícia Legislativa uma saída pacífica para a manifestação.
Em entrevista ao Correio Brasiliense, a diretora do Sindicato de Policiais Civis do Ceará, Thelma Pacheco, informou que um grupo de policiais pretende protocolar na Secretaria Geral da Câmara um pedido de abertura de processo disciplinar e cassação de mandato contra o deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 287, que trata das mudanças nas regras previdenciárias.
Eles argumentam que houve quebra de decoro, por parte de Maia, que deveria alegar suspeição para a nomeação da relatoria do projeto, pois teve sua campanha financiada por empresas de previdência privada em 2014. O artigo 5º da Constituição caracteriza como quebra de decoro o parlamentar que relata proposições de interesse de empresas que “tenham contribuído para o financiamento de sua campanha eleitoral”.
A ocupação dos policiais civis e federais demonstra uma radicalização dos trabalhadores contra a reforma da previdência, e uma resposta à intransigência do governo em negociar com as entidades sindicais. É preciso aumentar a ofensiva dos trabalhadores e fortalecer a greve geral no dia 28 de abril para que o governo enterre de vez essa reforma.