Denúncias sobre os prejuízos trazidos pela PEC 32/2020 marcaram o ato em celebração ao Dia do Servidor Público, em Belo Horizonte, na quinta-feira (28).
A manifestação aconteceu em frente à Assembleia Legislativa do estado, reunindo diferentes categorias de servidores públicos, estudantes e movimentos sociais.
Além da PEC 32, o ato também denunciou o Regime de Recuperação Fiscal proposto pelo governador Romeu Zema (Novo), que traz uma série de ataques aos servidores estaduais. Havia representação sindical de servidores municipais, estaduais e federais.
As falas dos representantes das diferentes categorias e movimentos sociais apontaram que se a PEC 32 for aprovada será o fim do serviço público. Por outro lado, as falas celebraram a união entre os servidores das três esferas de diferentes segmentos.
“Neste dia do servidor público, diante de tantos ataques, não temos muito o que comemorar. Mas podemos celebrar uma importante vitória, que é a nossa união”, disse o coordenador executivo do Sitraemg, Nelson da Costa Santos Neto, representando a entidade no ato.
Ressaltando a importância da união dos servidores públicos federais, estaduais e municipais, dos diversos segmentos, Nelson afirmou que é hora de reforçar a mobilização: “A batalha não está ganha. Agora é a hora que a gente tem que mobilizar realmente a categoria. Ano que vem é ano eleitoral e será mais difícil para os políticos aprovarem propostas que atinjam a população”.
Falando pela Frente Mineira em Defesa dos Serviços Públicos, David Landau, coordenador do Sitraemg, denunciou o governo Bolsonaro pela intenção de transformar Direitos como saúde, educação e justiça em “produtos”. “Nós servidores públicos temos muito orgulho de garantir esses direitos ao conjunto da população e a gente sabe que acabar com esses direitos é levar o país à barbárie”, afirmou.
Diante do diagnóstico, David reforçou a importância de os servidores públicos seguirem mobilizados. “A nova situação que a gente está criando em Brasília, acuando os parlamentares, tem impedindo a aprovação da Reforma Administrativa. Isso mostra a força da luta, dos sindicatos e dos trabalhadores. Não vamos desistir”.
A coordenadora executiva do Sitraemg Rosimare Alves também esteve no ato, bem como servidores da base da categoria.
Performances
Além das falas diante da Assembleia Legislativa, guarda-chuvas pretos com pedidos de SOS Educação e faixas denunciando a privatização dos Correios também marcaram o ato.
Igualmente, a manifestação contou com apresentações artísticas. Ao final, numa performance organizada pelo Sindirede (que representa os professores da rede pública de BH), um “magistrado” submeteu a PEC 32 e o Regime de Recuperação Fiscal ao julgamento dos trabalhadores.
Os parlamentares Rogério Correia (deputado federal PT/MG), Beatriz Cerqueria (deputada estadual PT/MG) e Iza Lourença (vereadora Psol) também participaram da manifestação.
Se votar, não volta!
Um dos motes da campanha dos servidores públicos para pressionar os parlamentares a votarem contra a PEC 32 tem sido: “Se votar, não volta!”.
E as iniciativas adotadas pelas entidades estão dando resultado.
No início dos debates sobre a Reforma Administrativa, o governo federal contava com 39 votos de deputados federais mineiros a favor do projeto. Naquele momento, apenas 14 parlamentares federais por Minas Gerais se posicionavam contra a PEC 32.
Depois de meses de campanha, 25 deputados federais mineiros já se posicionaram contrários à Reforma Administrativa. Ainda há 22 parlamentares que apoiam a destruição dos serviços públicos e 6 indecisos.
Durante o ato, o recado aos parlamentares foi dado: Se votar, não volta! Os participantes da manifestação também destacaram que é preciso seguir com a mobilização.
Assessoria de Comunicação
Sitraemg