Servidores foram chamados a ajudar a construir a mobilização no Estado e ficar “de olho” em projetos que lesam a categoria. Consultados, eles também acham que a categoria deve aderir à greve
Cumprindo o calendário de mobilização votado das Reuniões Ampliadas da Fenajufe, o SITRAEMG realizou na tarde de hoje, quinta-feira, 24, mais um ato público em Belo Horizonte. Reunidos em frente ao prédio dos Cartórios Eleitorais, na Avenida do Contorno, os dirigentes sindicais Célio Izidoro Rosa, Vilma Oliveira Lourenço, Igor Yagelovic, Dirceu José dos Santos e Nilson Jorge de Morais conversaram com os servidores sobre a tramitação do substitutivo do PL 6613/2009; as propostas de carreiras exclusivas dos tribunais superiores; e a ameaça da PEC 59/2013. Ainda, os presentes opinaram sobre o indicativo de greve para 14 de agosto, que consta no calendário aprovado na última Ampliada, realizada em 6 de julho, em Brasília (veja detalhes aqui).
Os quase oito anos sem reposição salarial e sem nenhuma ação efetiva dos governos para resolver a situação foram lembrados pelo coordenador Célio Izidoro quando falou aos colegas. Por outro lado, o dirigente sindical destacou que as mobilizações da categoria estão surtindo efeito, haja vista a mesa de negociação estabelecida entre entidades e Supremo Tribunal Federal (STF) em abril deste ano (relembre aqui) e, antes disso, o aumento da GAJ para 90%.
Mas é preciso mais: o coordenador do SITRAEMG criticou a inércia da cúpula do Poder Judiciário, que não demonstra nenhuma vontade política para fazer caminhar os projetos de interesse de seus servidores. Izidoro acredita que é preciso se organizar, conversar com os colegas e fortalecer a mobilização para pressionar o presidente do Supremo para que ele assuma a responsabilidade e cobre do governo federal respeito à autonomia e à independência do Judiciário, inclusive não interferindo na dotação orçamentária para o segmento.
Na opinião da coordenadora Vilma Lourenço, a reposição salarial é “urgente”. Após fazer um histórico do surgimento e da tramitação do substitutivo do PL 6613/2009, ela apontou que o substitutivo conta somente com a assinatura do diretor geral do Supremo, sendo que a que realmente conta é a assinatura do presidente da Casa. Só assim o projeto pode ter sua dotação orçamentária incluída na LDO – o prazo termina em 31 de agosto.
De todas as suas idas à Brasília, Vilma trouxe uma constatação: o Ministério do Planejamento e o governo federal não querem negociar, estão com “as portas fechadas” para os servidores. “Precisamos de mais pressão”, afirmou Vilma, para quem, passada a Copa, é hora de exercer o direito de greve e voltar-se para as lutas da categoria – sem esquecer também do projeto do congelamento salarial (PLP 549/2009), que ainda está vivo no Congresso (veja aqui). Nesse sentido, conselho semelhante foi dado pelo filiado ao SITRAEMG e servidor da Justiça do Trabalho Luiz Fernando Rodrigues, quando falou aos colegas: é preciso estar atento aos projetos em tramitação que retiram direitos dos trabalhadores e nos parlamentares que estão por trás deles.
Indicativo de greve e trabalho de base
Ao final do ato público desta tarde, os servidores foram chamados a opinar – uma sondagem – sobre o indicativo de greve para 14 de agosto, conforme proposto na última Reunião Ampliada da Fenajufe, no início do mês. Célio Izidoro, que conduziu a consulta, também informou aos participantes que o SITRAEMG participará da próxima Reunião Ampliada, em 9 de agosto (conheça os eleitos como delegados), e chamou a todos para assinarem o abaixo assinado pela rejeição da PEC 59/2013, que pretende unir os Judiciários Federal e Estadual sob um só regime (veja aqui como fazer).
Após estes informes, os servidores presentes ao ato opinaram que os servidores mineiros devem sim deflagrar greve em agosto. De acordo com Célio Izidoro, na próxima semana o SITRAEMG trabalhará junto à base, indo aos locais de trabalho, levando informes e conversando com os servidores sobre a mobilização.
