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Em Ato na Justiça Federal, servidores definem paralisação de 48 horas dias 25 e 26 de outubro

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Por maioria, os quase 600 presentes ao ato público desta tarde optaram por paralisação e ato na próxima semana (Foto: Erinei Lima)

Reunidos na tarde de hoje, 19, em frente ao prédio da Justiça Federal, em Belo Horizonte, cerca de 600 servidores das três justiças deliberaram pelos próximos passos da mobilização em Minas Gerais em prol da aprovação do PL 6613/2009. Os presentes votaram, por maioria, por uma paralisação de 48 horas nos dias 25 e 26 de outubro e no dia 27, apenas ato público, seguido de AGE, podendo já deflagrar a greve (veja edital ao final desta matéria) – as datas foram escolhidas levando-se em consideração a sessão da Comissão de Finanças e Tributação – CFT do dia 26, que, de acordo com a promessa dos deputados membros da mesma, votará o PCS da categoria.

No ato desta tarde, após cumprimentar os presentes, a coordenadora-geral do SITRAEMG, Lúcia Bernardes, registrou a presença da assessoria do deputado petista Rogério Corrêa e passou a palavra ao frei Gilvander Moreira, assessor da Pastoral da Terra, que, após criticar a situação imposta aos servidores pelo governo, convidou os participantes do ato para rezarem um “Pai Nosso”. Durante todo o encontro, o servidor do TRT Rubens Pinheiro, o Rubinho, tocou e cantou para a categoria, que também pode ouvir o “Rock da Greve”, composto e executado por servidores do Judiciário da cidade de São Sebastião do Paraíso, no interior de Minas.

Como o objetivo hoje era uma paralisação, a coordenadora do Sindicato chamou a atenção dos servidores para a “forma” de fazer greve: “não é ficar em casa, ou no barzinho. Mas sim ficar aqui no ato, ou ‘correr’ os tribunais com os colegas conscientizando aqueles que ainda estão trabalhando”, apontou.  Lúcia Bernardes ainda deixou claro que não há motivo para temer represálias, pois o que a lei de greve determina será cumprido: “manteremos os 30% [de servidores] trabalhando. Mas façam rodízio, para que todos possam participar da mobilização”, sugeriu.

Também coordenador-geral do SITRAEMG, Hebe-Del Kader frisou que “não podemos esperar que o outro faça a greve por nós” e, em seguida, passou informes sobre a situação dos outros estados no que tange ao movimento grevista. A mobilização dos magistrados – que ameaçam represar os processos da União em protesto em busca de seu reajuste salarial – também foi lembrada por Hebe-Del, que também conclamou os servidores a conscientizarem seus colegas para que participem dos atos e assembleias.

Apelo pela união da categoria

No ato desta tarde, 19 de outubro, vários participantes, entre coordenadores sindicais e servidores, fizeram apelos aos colegas para que, pelo menos enquanto o PCS estiver em tramitação, deixem de lado certas divergências e unam esforços no sentido da aprovação do projeto. Débora Melo Mansur, outra coordenadora do Sindicato, ressaltou a necessidade de foco e união da categoria neste momento e lembrou, mais uma vez, que a greve é um direito. Nesse sentido, Lúcia Bernardes pediu a todos para auxiliarem na distribuição da “Carta Aberta ao Povo Mineiro”, que visa esclarecer a população sobre as reivindicações dos servidores do Judiciário Federal, e também assinarem o abaixo-assinado proposto pela Fenajufe, que será encaminhado ao governo federal, ao Legislativo e às cúpulas do Judiciário Federal e do MPU.

A servidora do TRT em Belo Horizonte, Andreia Seixas, chamou a atenção para a necessidade da categoria se unir e buscar informação o tempo todo, além de alertar para uma proposta de índice único de reajuste de 20%, da Anamatra (veja matéria a respeito aqui), para atingir magistrados e servidores. Na sequência, Carlos Antônio Ferreira, conhecido como “Ovo”, usou uma analogia com o futebol para mostrar que é possível a convivência pacífica com interesses diferentes: “você pode torcer para quem você quiser, desde que haja respeito”, disse o trabalhador do TRT.

Fernando Neves, ex-diretor do SITRAEMG e servidor da Justiça Eleitoral, destacou o importante papel dos servidores mineiros na luta pelo PCS e relembrou o histórico da revisão salarial, desde sua gestação, em 2004, passando pela greve de 60 dias em Minas Gerais, em 2010, até os problemas enfrentados em sua tramitação atualmente. Ainda, o servidor criticou aquelas entidades que nada estão fazendo para mobilizar seus servidores.

A mensagem para a categoria no ato público de hoje foi clara: o governo não pretende facilitar o caminhar do PL 6613/2009 no Congresso, logo, uma greve forte e abarcando toda a categoria faz-se extremamente necessária. Como disse Hélio Ferreira Diogo, coordenador executivo do SITRAEMG, “é inocência achar que o governo vai aprovar outras alternativas para o PCS. É por ele que devemos lutar, é ele que está em pauta”, afirmou, avisando que “o governo está fazendo um ‘jogo de empurra’ com os trabalhadores”.

Edital de Convocação

Assembleia Geral Extraordinária

Os Coordenadores Gerais do SITRAEMG, em conformidade com as previsões contidas nos arts. 13 a 16 do estatuto da entidade, convocam todos os filiados para a Assembleia Geral Extraordinária no dia 27 de outubro de 2011, às 13h em primeira convocação e 13h30, em segunda e última chamada, a ser realizada em frente ao prédio da Justiça Federal (Av. Álvares Cabral, 1805 – Santo Agostinho – BH) para deliberar sobre a seguinte pauta:

– Deliberar e aprovar greve por tempo determinado ou indeterminado.

Belo Horizonte, 19 de outubro de 2011.

Adriana Corrêa Valentino

Hebe-Del Kader Batista Bicalho

Lúcia Maria Bernardes de Freitas

(Coordenadores Gerais)

Veja algumas fotos do ato:

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