O ato público de hoje, seguido de AGE, realizado em frente ao TRE (Prudente de Morais, 100) contou com grande participação dos servidores, dentre eles colegas de Divinópolis, Uberaba e Rio Casca, que definiram por seguirem firmes na greve pela reposição salarial. Ao microfone, denúncias contra o descaso do governo e cúpula do Judiciário para com os servidores do PJU e a necessidade de união entre os servidores para a garantia de sucesso sobre o Veto 26, pautado para o próximo dia 22, na sessão do Congresso Nacional.
A coordenadora do SITRAEMG Vilma de Oliveira, falou sobre sua participação no Congresso de Direito Sindical, realizado no último final de semana em Belo Horizonte, onde muitos palestrantes, dentre os quais o ministro do TST Maurício Godinho, demonstraram total apoio à luta da categoria pela reposição salarial. Segundo Vilma, Godinho defendeu intensamente o movimento grevista dentro da democracia. “Fomos fortemente amparados por falas de peso nesse Congresso”, aponta Vilma.
O diretor de base David Landau (TRT), falou sobre o ataque do governo Dilma ao conjunto de servidores públicos, quando anunciado, nesta segunda-feira, uma nova rodada de cortes no orçamento (leia aqui). O objetivo do governo é gerar R$ 64,9 bilhões em 2016. “O governo sempre fala em crises para retirar nossos direitos, como se tal crise não tivesse responsáveis”, desabafa o servidor lembrando que o governo quer, novamente, jogar a culpa da atual conjuntura nos trabalhadores.
Sobre o mesmo assunto, o conselheiro fiscal do SITRAEMG Alexandre Brandi disse que “especialistas no caso da Petrobrás apontam um rombo de R$ 35/40 bilhões, valor este que está sendo agora retirado dos trabalhadores”, destaca, frisando que o que está acontecendo com a classe trabalhadora é antigo, e só a união destes, se organizando, como já se organizaram durante a Copa do Mundo, será capaz de reverter o quadro.
Luiz Fernando, também diretor de base (TRT) comparou o rombo apontado pelo governo (R$ 30 bilhões) ao mesmo valor gasto com a Copa do Mundo em 2014. “E o que sobrou pra gente depois da Copa?”, questiona o servidor. Luiz citou, ainda, o valor destinado ao pagamento da dívida pública para o ano de 2016. “Quase a metade de todo orçamento geral da União já está comprometido com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública”, lamenta, o servidor destacando a Agenda Brasil, como um assunto a ser discutido pela categoria, uma vez que, dentre os pontos tratados no documento, inclui-se o projeto de reposição da categoria.
O coordenador sindical Sandro Luiz Pacheco agradeceu a presença na manifestação de hoje dos colegas do interior representando as cidades de Uberaba, Divinópolis e Rio Casca. Agradeceu também e deu boas vindas aos novos filiados do TRE, que haviam se filiado pela manhã, durante uma visita aos colegas nos locais de trabalho, e também durante o ato público.
Alzira dos Santos, servidora do TRE, parabenizou os servidores grevistas, sobretudo aos que tem ido à Brasília, e disse que a culpa da greve não é da categoria, mas sim dos governantes que não aceitam uma negociação que de fato contemple os servidores do Judiciário Federal.
Hebe-Del kader, servidor da Justiça Federal, falou sobre a decisão recente dos servidores oficiais de justiça da Federal em suspender a greve, em decorrência de terem chegado à exaustão no trabalho por causa da grande demanda no setor (cumprimento de mandados). “Fizemos tudo o que poderia ter sido feito e pedimos a compreensão de todos”, disse o filiado, informando que os oficiais da Justiça Federal continuarão seguindo os trabalhos deliberados pelo Sindicato em prol da reposição salarial e que farão todo o trabalho nos bastidores.
