O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, acenou com a possibilidade de o governo não cortar o ponto de 11.495 funcionários do Executivo civil, mesmo depois de a Presidência da República e o Ministério da Justiça terem afirmado que isso seria feito. O desconto acarretaria economia de R$ 20,7 milhões aos cofres públicos. “São duas negociações em separado. Uma é a da reposição salarial, outra a do trabalho e das horas paradas. Se houver também uma possibilidade de acordo sobre a reposição das horas de trabalho, faremos um acordo. Mas um acordo não depende do outro. Um não anda com o outro”, destacou.
Mendonça afirmou também que aqueles que já tiveram o desconto no contracheque poderão receber futuramente a diferença. “Se houver a reposição do trabalho, significa, sim, devolução de dinheiro”, explicou. O governo vem perdendo ações na Justiça sobre essa questão. No Piauí, o juiz Lucas Rosendo Máximo de Araújo, da 5ª Vara da Justiça Federal, concedeu liminar ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Sinsep-PI), suspendendo qualquer desconto e também proibiu o corte de ponto dos grevistas do Incra.
Ao constatar o desconto efetivo nos salários, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) já havia entrado com pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida.
FONTE: Correio Braziliense