Começou às 9 horas da manhã desta terça-feira, 31/07, concentração e vigília de diversas categorias do serviço público federal em Minas Gerais em frente ao prédio da Receita Federal em Belo Horizonte (Avenida Afonso Pena, 1.313 – Centro). A atividade, que faz parte do Dia Nacional de Luta dos Servidores Públicos Federais e prevê a realização de manifestações nesta data em todo o país, incluindo a capital federal, se estende por todo o dia. Os organizadores pretendem, mais ao final da tarde, sair em passeata pela avenida Afonso Pena, até a Praça Sete, para fechar a programação com um ato público no local.
O objetivo da mobilização dos servidores é chamar a atenção da sociedade para a insensibilidade e a intransigência do governo federal e da presidenta Dilma Roussef perante as justas reivindicações das diversas categorias, dos Poderes Executivo e Judiciário. A maioria das categorias presentes – servidores do Incra, IBGE, Receita Federal, agências reguladoras, Departamento Nacional de Produção Mineral e outros órgãos do executivo federal – já estão em greve há, pelo menos 15 dias.
O SITRAEMG se faz presente na manifestação e convoca os servidores do Judiciário Federal em Minas Gerais para que também compareçam e manifestem o apoio aos colegas servidores do Poder Executivo. O coordenador geral do Sindicato Hebe-Del Kader conversou com várias lideranças sindicais, manifestou apoio, falou sobre a luta pelo PCS, que vem desde 2009, e os convidou para o Ato Público e AGE, pelo PCS, da próxima quinta-feira, 2 de agosto, às 12 horas, em frente ao TRT da Rua Mato Grosso. Aproveitando a oportunidade, ele troca informações com os colegas sobre as reivindicações e as especificidades e peculiaridades de cada uma das categorias.
“Negocia, Dilma!”
Velas acesas, em copos de vidro, dão o tom da vigília na manifestação em frente ao prédio da Receita Federal, e os cartazes e faixas expressam a indignação das categorias em relação à posição intransigente do governo Dilma. “Ô Dilma, ô Dilma, assim você me mata… de fome! Pelo reajuste do ticket alimentação, auxílio creche e plano de saúde”, diz uma das faixas do Sindsep-MG ( em negociar as pautas de reivindicações dos servidores, que inclui reposição de salários que já estão defasados há muitos anos, como é o caso do Judiciário Federal, que já vem desde 2006). A reabertura das negociações é, no momento, o principal apelo e motivo de todos os protestos de todas as categorias em greve, diante da resistência da presidenta da República em negociar. No caso do Sindsep-MG, informou a diretora Vilma Moreira, o principal item da pauta de reivindicações específica de sua base é a instituição da data-base.
Áurea Lindo da Silva, presidente do Conselho Fiscal do Sinagências, que representa os servidores das agências reguladoras, informou que a greve já conseguiu adesão em todas as agências (Anvisa, ANT, ANS, Anatel, Anac e outras). Indagada pelo coordenador geral do SITRAEMG Hebe-Del Kader sobre o Decreto 7777/2012 (da presidenta da República, determinando a utilização de servidores públicos estaduais e municipais para substituir servidores federais grevistas), ela informou que o Sinagências não só já manifestou repudio à medida ditatorial e arbitrária da chefe do Executivo como tem conversado com ministros e presidentes das agências reguladoras, na tentativa de reverter a medida.
O SITRAEMG também conversou com o servidor da Receita Federal Luiz Henrique Monteiro, que é membro do Comando de Mobilização do Sindireceita, que representa os servidores da Receita Federal. Técnico tributário, ele informou que a principal reivindicação de sua categoria é equiparação dos subsídios desses servidores aos dos detentores do mesmo cargo de outros órgãos do governo. Segundo ele, os técnicos da Receita são os que recebem o menor salário entre os técnicos tributários de todos os órgãos federais que recebem por esse tipo de remuneração. “Negocia, Dilma!”, é o apelo feito por todos, na esperança que a presidenta se abra as negociações e os servidores possam ter, pelo menos, a possibilidade de serem atendidos em suas justas reivindicações.