“Pouco antes de deixar a prisão, no dia 19 de fevereiro, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) fez um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. ISTOÉ teve acesso às revelações feitas pelo senador. Ocupam cerca de 400 páginas e formam o mais explosivo relato até agora revelado sobre o maior esquema de corrupção no Brasil – e outros escândalos que abalaram a República, como o mensalão”. Esse é o texto de abertura da reportagem bombástica intitulada “A delação de Delcídio – Revelações do senador à força-tarefa da Lava Jato, obtidas por ISTOÉ, complicam de vez a situação da presidente Dilma e comprometem Lula”, que a revista publica hoje, em seu site.
No texto, a revista informa que, em seu relato, o senador denunciou que a presidente Dilma usou seu poder para evitar a punição de corruptos e corruptores, nomeando para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) um ministro que se comprometeu a votar pela soltura de empreiteiros já denunciados pela Lava Jato. “Os dois (Delcídio e Dilma – PT) conversavam enquanto caminhavam pelos jardins do Alvorada, quando Dilma solicitou que Delcídio, na condição de líder do governo, ‘conversasse como o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo’, da Andrade Gutierrez”, citou com exemplo. Quanto a Lula, Delcídio afirma que o ex-presidente tinha pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras e agiu direta e pessoalmente para barrar as investigações – inclusive sendo o mandante do pagamento de dinheiro para tentar comprar o silêncio de testemunhas.
Dilma, acrescentou o senador, sabia que por trás da compra da Refinaria de Pasadena havia um esquema de superfaturamento para desviar recursos da estatal.
As informações acima são apenas algumas das muitas destacadas na reportagem, comprometendo Dilma e seu antecessor na Presidência da República. Mas a própria IstoÉ informa que os relatos do ex-líder do governo no Senado podem “entregar” também vários políticos da oposição.
Os servidores do Judiciário Federal não podem esquecer que foi Delcídio Amaral, na condição de líder do governo no Senado, seguramente o maior defensor do Palácio do Planalto no determinante propósito de manter o veto da presidente Dilma ao PLC 28/15, da reposição salarial da categoria. Enquanto os salários dos servidores continuam defasados, o dinheiro público, como se vê na reportagem, vai se escoando pelos caminhos da corrupção.
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