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Da Folha de São Paulo: Senador Paulo Paim diz que deixa PT se não houver transformação positiva  

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Petista há 30 anos, o senador gaúcho Paulo Paim afirmou que vai deixar o partido até o fim do ano. Para que isso não aconteça, diz, ele espera que o PT passe por uma “transformação positiva”.

“Pretendo sair até o final do ano. Quero deixar esse gancho: se não houver uma transformação positiva para o povo brasileiro, quer seja no governo ou no PT, me dou a liberdade de me deslocar do partido. Isso se daria até o final do ano”, disse Paim à Folha.

Insatisfeito com os rumos da sigla, Paim pode tanto ficar sem partido por período indefinido como se filiar a outro. No caso de nova filiação, o mais provável é que Paim ingresse no quadro da Rede, encabeçado por Marina Silva.

O senador conversou com cerca de 11 partidos, entre eles a Rede, e pediu “paciência” a todos. “Queria muito uma coisa que fosse nova, de acordo com o caminhar de milhões de pessoas que foram para as ruas querendo uma política diferente”, disse sobre a futura legenda, lembrando os protestos de junho de 2013.

Ele citou exemplo o partido espanhol de esquerda Podemos como inspiração, já que “surgiu de baixo para cima”.

Entre as razões para abandonar o PT está o distanciamento das propostas originais da sigla.

“Não poderíamos termos nos tornado um partido igual aos outros, que são viciados, arcaicos, obsoletos. Partidos de uma política que sempre condenamos e acabamos fazendo igual. Isso é inaceitável”, diz.

Para o senador, a possibilidade de “voltar a sonhar” é um “desafio que empolga e dá ânimo para fazer política”. “Quero voltar às raízes”, afirma.

Paim diz que é pré-candidato ao Senado nas eleições de 2018 e não descarta uma “grande frente de partidos” para as próximas eleições como alternativa ao PT.

CRÍTICAS AOS PODERES

Apesar de criticar o Executivo, Paim é contra o impeachment porque não há provas concretas contra a presidente Dilma Rousseff. O senador vê com desconfiança a reforma ministerial, cuja redução de ministérios tem mais força “simbólica” do que efetiva.

Sobre o PMDB angariar mais ministérios, Paim diz que o “PMDB é uma força que você não pode desconhecer no tabuleiro da democracia” porque “sem sombra de dúvida, é o partido mais forte no Congresso Nacional”.

Entretanto, o senador critica o modo como o governo busca a governabilidade e diz que o que deve ser ampliado são as “conversas no campo das ideias”.

“Não pode entrar na política do ‘dando que se recebe’, ‘quem vota comigo tem mais emendas’, ‘quem vota comigo tem mais cargos’, ‘quem vota comigo pega direção de estatal e de ministérios’. Essa é a política que nós sempre condenamos e sempre criticamos”, diz.

Mesmo sem partido, Paim permanece como senador até o início de 2019, quando encerra seu mandato. O senador atua especialmente nas causas que envolvem aposentados e igualdade racial.

Em outubro, o senador distribuirá seu livro “Nau Solitária” na Feira do Livro de Caxias do Sul, na serra gaúcha, sua cidade natal. Paim também escreve poesias.

“‘Nau Solitária’ fala um pouco dessa minha luta e desse certo isolamento partidário”, diz.

Fonte: Folha de São Paulo, via portal Uol

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