Da Agência O Globo: Policiais federais planejam realizar ‘operação sem padrão’

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Irritados com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de proibir a realização de operação-padrão, sob pena de multa diária de R$ 200 mil, os policiais federais avisaram nesta sexta-feira que planejam uma “operação sem padrão” para segunda e terça-feira. Em vez de fiscalizar todas as bagagens e cargas, causando lentidão nos portos, aeroportos e fronteiras, eles deverão se unir para fazer protestos com vuvuzelas, cartazes e entrega de panfletos e até mesmo deixar pessoas e mercadorias passarem sem vistoria.

– A orientação é para que os sindicatos nos estados obedeçam à determinação do STJ. Mas a greve continua e eles podem fazer o que quiserem. Vamos fazer manifestações com cartazes e os policiais podem até abrir as fronteiras para deixar tudo passar – afirmou Marcos Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

Em greve desde a terça-feira da semana passada, os agentes, escrivães e papiloscopistas da PF querem a reestruturação da carreira e uma nova tabela salarial, semelhante à oferecida para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que tem salário inicial de R$ 12,9 mil e final de R$ 18,4 mil.

Mas o governo considera o pedido excessivo e alega que, desde 2003, a categoria teve reajustes acumulados de quase 100%. O secretário de Relações do Trabalho do Ministério da Fazenda, Sérgio Mendonça, chegou a confirmar que a proposta do governo para a Polícia Federal é de, no máximo, 15,8%, parcelados em três nos.

Na noite de quarta-feira, depois de reunião com o sindicato, os policiais avisaram que realizariam uma “quinta-feira negra”, com lentidão em todo o país. O movimento causou reação imediata do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que, além de pedir que a AGU entrasse na Justiça para colocar um ponto final nesse tipo de manifestação, pediu que diretoria-geral das corporações acompanhe de perto as manifestações e, no caso de constatação de abuso de poder, abra processos disciplinares.

O presidente da Fenapef disse que pediu para a área jurídica da Federação analisar a constitucionalidade da decisão de proibir as operações-padrão. Ele reconheceu que a mobilização causou transtorno para a população e ressaltou que estava planejada para apenas aquele dia. Segundo ele, a categoria não aceitará um reajuste de 15,8%.

– Estamos lutando há três anos por uma reestruturação da carreira e uma tabela salarial compatível com a de nível superior. Nossa proposta é outra. Se o governo publicar um decreto e der o reajuste, nós vamos fazer doação para o Criança Esperança – afirmou Wink, que voltará a se reunir com o secretário de Relações do Trabalho na terça-feira.

Informado sobre as ameaças de novas manifestações no início da semana, o Ministério da Justiça disse que não comentaria as declarações, mas que mantém a posição de ontem, de que os policiais não podem usar seu cargo de forma abusiva para conseguir ganhos salariais. A AGU, por sua vez, informou que só poderá tomar uma nova iniciativa a partir de um pedido do governo federal.

FONTE: Agência O Globo

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