O relatório da CPI da Previdência no Senado, que foi divulgado e aprovado na semana passada e desconstrói o discurso do governo em defesa da Reforma da Previdência, já causa grande preocupação ao Palácio do Planalto. Ontem pela manhã, o autor do relatório, senador Hélio José (PROS/DF), concedeu entrevista à Rádio Itatiaia dizendo que a CPI apurou que o sistema previdenciário é superavitário e que o problema é de gestão. Grandes empresas devem ao INSS R$ 450 bilhões e continuam recebendo regalias do governo. Além disso, existe um histórico constante de ataques ao sistema de Seguridade Social. No governo de Fernando Henrique Cardoso, a Desvinculação das Receitas da União (DRU) permitiu a retirada de recursos da Previdência para outros objetivos.
No início da tarde, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ouvido pela mesma emissora mineira, tentou defender o governo, mas com o discurso autoritário de sempre, sustentando que as contas feitas pela CPI são equivocadas e que os argumentos do relatório da comissão contra a Reforma não passam de “demagogia”. Mas, logo depois, o senador Paulo Paim (PT/RS), fez um pronunciamento no plenário do Senado reforçando a legitimidade do relatório da CPI. E hoje, também pela Rádio Itatiaia, o advogado Roberto de Carvalho, presidente do Instituto de Estudos Previdenciários (IEPREV) e parceiro do SITRAEMG em palestras sobre a Reforma da Previdência realizadas para os servidores do Judiciário Federal, falou sobre os danos da PEC 287/16 para os trabalhadores e ressaltou que os dados da CPI do Senado só confirmam o que já vinha sendo denunciado desde quando a proposição começou a tramitar na Câmara dos Deputados: o objetivo maior da Reforma da Previdência é empurrar os trabalhadores para o setor previdenciário privado.
Confira abaixo, entrevista do Senador e relator da CPI da Previdência, Hélio José, concedida à Rádio Itatiaia, onde ele fala sobre o relatório final da comissão e as farsas do déficit:
ESTAMOS NA LUTA!
O SITRAEMG tem sido parceiro da Auditoria Cidadã da Dívida, divulgando e participando dos eventos promovidos pela associação. Uma vez que a falta de transparência do orçamento fiscal e a DRU permitem que recursos da Previdência sejam utilizados para o pagamento dos altos juros da dívida pública brasileira.
Entendemos que o ataque a Previdência Social é também um ataque aos servidores, uma vez que a manutenção desse sistema e sua melhor gestão e transparência, é a garantia de um futuro melhor a todos os trabalhadores.
E é por isso que Sindicato também faz parte da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social. Esse movimento formado por diversas entidades de luta, tem o objetivo de construir em conjunto, estratégias para que os direitos dos trabalhadores e o Sistema de Seguridade Social seja mantidos e fortalecidos.
