Em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), realizada nesta quinta-feira (20/04), em frente ao prédio da Justiça Federal de Belo Horizonte, os servidores do Judiciário Federal de Minas Gerais deliberaram pela adesão à Greve Geral do dia 28 de abril. A paralisação foi aprovada praticamente por unanimidade, apenas dois servidores se abstiveram e nenhum votou contra a adesão à greve.
A greve geral foi convocada pelos Centrais Sindicais e conta com o apoio de movimentos estudantis, populares e sindicais de todo o território nacional. Em Belo Horizonte a Plenária Sindical, Popular e da Juventude realizada no dia 12/04, deliberou que a concentração será a partir das 9h na Praça Sete e o início do ato às 11h.
Intervenções
A AGE também contou com diversas manifestações de servidores que chamaram a atenção para outras pautas, como o oficial de justiça Hélio Diogo, que provocou os servidores à saírem em defesa da Justiça do Trabalho. “A classe política não tem interesse de manter a Justiça do Trabalho da forma que ela é hoje, a terceirização e a reforma trabalhista são só o primeiro passo para implementar o plano de acabar com a Justiça do Trabalho”, disse.
O coordenador do SITRAEMG Sandro Pacheco informou que os servidores da Justiça Estadual já votaram a adesão à greve o que reforça a importância dos servidores federais também aderirem. Sandro também informou que no dia 27 acontecerá uma audiência pública sobre a previdência na assembleia legislativa de Minas. O evento é organizado pela Frente Mineira Popular em Defesa da Previdência, da qual o SITRAEMG faz parte, e contará com a presença do senador Paulo Paim (PT/RS), que é presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência.
O coordenador Célio Izidoro, chamou a atenção para as relações promiscuas do governo com as grandes empresas, bancos e detentores do capital financeiro e especulativo. “Os grandes capitalistas usam o governo para implementar ataques aos direitos dos trabalhadores, e o governo através de um discurso ideológico, que se apóia na crise econômica, se utiliza do poderio da mídia para tentar convencer os trabalhadores que essa reforma é necessária, mas não podemos aceitar isso”, disse o coordenador. E completou dizendo que apesar da propaganda, está otimista pois os trabalhadores começam a se rebelar contra essas medidas. “Um exemplo disso foram os grandes atos acontecidos no dia 8, 15 e 31 de março. Agora todos os sindicatos têm que se mobilizar para construir a greve geral no dia 28 de abril”, afirmou.
O filiado da Justiça Federal Nestor Santiago, fez uma crítica à postura dos governantes que sempre estão culpando os servidores públicos federais pela crise no país. “Temer disse que quem se opõe a reforma da previdência são os servidores públicos, porque mais de 60% dá população ganha um salário mínimo, e esses não vão ser afetados. Isso é uma mentira, porque a reforma afeta a todos”, disse o servidor. “O estado elegeu o servidor público federal como algoz do país. Eles se utilizam da mídia pra fazer um linchamento dos servidores públicos, querem que tenhamos vergonha e nos sintamos culpados por sermos servidores públicos, mas quem tem que ter vergonha são eles, que são corruptos e desviam a verba da previdência para outros fins”, completou. Nestor concluiu afirmando que é necessário seguir o exemplo dos policiais civis e federais “Nossa indignação ainda é muito pequena. Temos que perder o medo de tomar atitudes mais drásticas”, exclamou.
A servidora Paula Meniconi, afirmou que sente saudade da greve, das caravanas a Brasilia e da união da categoria por uma pauta comum. A servidora afirmou que essa pauta é ainda mais importante porque afeta o direito de todos.
O servidor do TRE Henrique José acrescentpi que o Brasil é país é dominado pelos banqueiros, e o brasileiro vive em situação miserável. Henrique também reclamou sobre a falta de democracia nos meios de comunicação, que não permite que o cidadão comum conteste a ideologia dominante “As mídias sociais nos possibilitam ter um pouco mais de informação, um pouco mais democrática e menos filtrada, mas ainda é restrita à minoria”, ponderou. O servidor ressaltou que é necessário reinventar o sindicalismo “é preciso nos unirmos com as entidades civis pra fortalecer nossas iniciativas. Passou dá hora de irmos para rua e exigirmos nossos direitos”, destacou.
A servidora Rosilene Valadares iniciou sua intervenção recordando da luta contra a reforma da previdência de Lula em 2003. “Eu estava em Brasília na primeira reforma da previdência de Lula. Em que os servidores públicos foram os mais prejudicados, onde os trabalhadores aposentados do serviço público tiveram que voltar a contribuir”. E questionou “Será que teremos que pagar a conta mais uma vez pela corrupção desse país? Não podemos, já pagamos demais por uma conta que não é nossa”. Rosilene também lembro que as mudanças na proposta do governo para a reforma da previdência melhoram um pouco a situação para um setor da população mas penaliza ainda mais os servidores, “Agora eles querem acabar com a paridade e integralidade das aposentadorias dos servidores, não podemos aceitar isso calados”, disse.
Finalizando as intervenções a servidora Adriana Araújo conclamou os servidores à união “Essa grande luta coincidiu com as eleições do SITRAEMG, por isso peço para que as 3 chapas nesse momento deixem a disputa de lado e lutem juntos contra essa reforma, porque acima das 3 chapas somos um sindicato, acima do sindicato somos servidores e acima de servidores somos trabalhadores e brasileiros”, enalteceu.