Aumento da inflação e estagnação no reajuste deixam servidores indignados – confira o desabafo de um colega da JF

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Indignação. Esta é a palavra que ilustra o relato de um colega servidor, sentimento bastante comum que aflige grande parte dos servidores do Judiciário Federal, que se encontra há mais de oito anos sem reposição salarial. Nestor Santiago, servidor da Justiça Federal/BH, faz um desabafo acerca do descaso do governo federal para com os servidores do Judiciário Federal e Ministério Público Federal.

Após ler matéria publicada no site do Sintrajud-SP (Sindicato que representa os servidores do Judiciário de São Paulo), intitulada “Salários acumulam defasagem de 40% desde o PCS-3” – leia-a aqui -, Nestor observa que o “texto vai direto ao ponto ao mostrar que a crise econômica, criada pela incompetência do próprio governo em administrar  suas contas será debitada ao servidor, já que para a cúpula do Judiciário não existe crise”.

O texto do Sintrajud aponta que, diferentemente da realidade dos servidores, que veem diariamente a inflação consumir seus vencimentos, juízes, procuradores, parlamentares, ministros e a presidente da República tiveram, no início do ano, um generoso aumento em seus subsídios. A defasagem salarial dos servidores relacionada ao aumento dos preços já demanda um reajuste de 38,78%, diz o texto, relembrando que, desde 2006 (último PCS), a categoria conseguiu apenas um reajuste sobre a GAJ, de 15,76%, e ainda parcelado em três anos.

É também pela reposição salarial do Judiciário Federal, além de vários pontos dentro de uma pauta comum a todos os servidores públicos federais, que o SITRAEMG já deu início a uma série de atividades em defesa desses direitos, o que inclui a previsão de um ato público conjunto para o mês de março. Atendendo as deliberações da última Plenária Nacional dos Servidores Públicos Federais, realizada nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, em Brasília, na qual o SITRAEMG esteve presente, duas reuniões já foram realizadas pelo Sindicato, ao lado de outras entidades, em favor da ampliação da luta unificada dos SPFs contra os ataques do governo (sobre as reuniões, saiba mais aqui e aqui).

A seguir, o desabafo do colega servidor Nestor Santiago

A sensação que eu tenho é que nossa categoria realmente encontra-se à deriva. O governo e a maior central sindical do país viraram as costas para o servidor do Judiciário e do MPF. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, permanece omisso e obediente às ordens do Planalto, já que aceita passivamente a ingerência do Executivo em sua “independência” orçamentária. Os processos judiciais de interesse da categoria, como a data-base, por exemplo, encontram-se mofando em alguma gaveta do Supremo.

Enquanto isso, nossa perda salarial, na ordem de 40% vai se consolidando frente a uma inflação que já beira os dois (2) dígitos. O risco dessa perda tornar-se irreversível é real.

Interessante observar que os servidores do Ministério Público Federal, categoria muito menor que a nossa, estão em greve por tempo indeterminado. Greve essa que, inclusive, vem merecendo destaque na imprensa.

E nós, que somos mais de 120 mil servidores em todo o país? Aceitaremos calados o sucateamento? Ficaremos inertes aguardando, pacientemente, que a presidenta Dilma tenha compaixão da categoria e autorize a recomposição de nossas perdas salariais?

Nosso silêncio diz tudo!

Nestor Santiago, servidor da Justiça Federal/BH

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