A deliberação da última Reunião Ampliada da Fenajufe, em 1º de agosto, mudou o definido na reunião anterior da federação, em 10 de julho e, num efeito cascata, acabou por mudar toda a programação do “Apagão do Judiciário”, que ocorreria nesta quarta-feira, dia 4, em todo Brasil.
Em Minas, conforme amplamente divulgado pelo SITRAEMG, ao invés das 24 horas de greve, foi realizado hoje um ato público na porta do TRE, em Belo Horizonte. Os servidores reuniram-se em frente ao tribunal para ouvir os últimos informes sobre o PCS e foram lembrados de que, apesar das notícias que dão como certa a aprovação do PL 6613/09, é bom ficar atento e não acreditar em nada que não seja oficial.
O presidente do Sindicato, Alexandre Brandi, ao abrir o ato de hoje, explicou que Minas encaminhou a mobilização como deveria desde que o Apagão foi definido e foi pega de surpresa pelos rumos que o movimento tomou. Já que grande parte dos estados não havia conduzido assembleias para definir sua programação e alguns confirmaram que não iriam aderir à paralisação, optou-se por fazer pelo menos o ato, para que o calendário da Fenajufe continuasse a ser cumprido.
A medida também foi tomada para preservar os servidores, tendo em vista ameaças (entenda-se corte de ponto) proferidas via comunicado (n.º 43/2010) expedido pelo TRE em 29 de julho. O comunicado repercutiu em Brasília, onde foi alvo de uma moção de repúdio na Reunião Ampliada [leia aqui]. No entanto, Brandi fez uma crítica ao recuo dos estados quanto ao Apagão, ressaltando que é preciso unificar a luta: “O Apagão deixou de acontecer não por causa do comunicado do TRE ou de qualquer outro tribunal, mas sim porque não houve um encaminhamento unificado em Brasília”.
Teoria dos Jogos
A luta pelo PCS foi comparada a uma guerra pelo presidente Alexandre Brandi. Seguindo esta linha, ele citou matéria veiculada no caderno de Ciência do jornal Folha de São Paulo de 4 de agosto, na qual pesquisadores reunidos na USP usam a Teoria dos Jogos para explicar desde eleições até guerras. De acordo com esta teoria, “o ataque é uma estratégia muito vantajosa quando se percebe fraqueza do outro lado”, assim, disse Brandi, não podemos desistir de pressionar o governo para que torne oficial o acordo para aprovação e implementação do PL 6613/09 o quanto antes.
“Entendo que ainda não houve nada concreto sobre o PCS e que estão [o governo] jogando com a gente”, apontou Brandi. Por outro lado, ele considera que estamos “indo bem”, posto que a mobilização da categoria já conseguiu que o PCS fosse enviado ao Congresso, no final de 2009, e, após isso, que ele saísse da CTASP e fosse incluído na dotação orçamentária para 2011. Mas é bom não esquecer que ainda há muito chão pela frente e a união dos servidores ainda é necessária.
Categoria atende ao chamado
O chamado para que os servidores não desistam da luta pela revisão salarial foi feito várias vezes hoje. Este chamado foi prontamente atendido pelos servidores aposentados, saudados ao microfone pela diretora jurídica e coordenadora do Núcleo de Aposentados do SITRAEMG, Gilda Bandeira Falconi. Frente ao grande número de aposentados presentes, Gilda lembrou a todos que a luta do segmento não visa somente a eles, mas também todos os servidores hoje na ativa. “Nós somos vocês amanhã”, disse a diretora, conclamando os trabalhadores do TRE a descerem e participarem do ato.
No interior, a categoria também atendeu ao chamado do Sindicato e demonstrou seu protesto. A primeira foto recebida veio de servidores da Justiça do Trabalho de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte [veja nesta página].
Fotos: Erinei Lima (com exceção de Contagem)
