O ato unificado dos servidores públicos federais realizado em frente ao Ministério do Planejamento e Gestão (MPGO) na manhã desta quinta-feira, 14, paralelamente à reunião de negociação do Fórum dos SPFs com o representante do governo, Sérgio Mendonça, que ocorreu no interior do órgão público, reuniu representantes de diversas categorias, de Brasília (DF) e de vários estados. Oriundos de Minas, estiveram presentes o coordenador do SITRAEMG Célio Izidoro e os filiados Lindon Johnson e Vicente de Paulo Passos. Agitadas as bandeiras, com o predomínio da cor vermelha, reforçando a indignação diante dos constantes e sucessivos ataques do governo à classe trabalhadora, os participantes, revezando-se ao microfone, gritavam palavras de ordem contra Dilma e seus aliados, exigindo uma posição concreta do Palácio do Planalto em relação à pauta unificada de reivindicações protocolada no MPOG no início de fevereiro.
“O governo quer é nos enrolar. Ele não quer nada do serviço público. Quer retirar dos servidores para atender o capital especulativo. Não esperamos nada dos representantes do governo”, disparou Erlon Sampaio, servidor do Judiciário Federal em São Paulo e diretor do Sintrajud. Uma frase que soou a premonição, quando sabido mais tarde que a reunião de negociação frustrou os sindicalistas presentes. “Temos um Judiciário subserviente ao Executivo, um Legislativo vendido e um Executivo corrupto”, resumiu o servidor paulista, concluindo com a seguinte convicção: “Não há oura alternativa. Nossa saída é a unidade de todos os trabalhadores. A unidade e uma grande greve”.
“Não vamos ficar aqui ad aeternum sem uma resposta do governo. A situação está caótica: crise política no governo, no Congresso e em todos os partidos. O que não podemos aceitar é que o trabalhador pague por essa ingerência administrativa e política no País”, ampliou Carlos Henrique, do Sindsep/DF. Por sua vez, o coordenador do SITRAEMG Célio Izidoro ironizou o fato de o governo eleger os trabalhadores como responsáveis por uma dívida que não foram eles que fizeram. Por isso, convidou todos os colegas presentes e não presentes a irem para as ruas e denunciarem o ajuste fiscal. Além disso, reclamou que o funcionalismo não tem uma data-base e que o governo e seus aliados só pensam em destruir o serviço público. “Existe uma política muito bem orquestrada. O governo quer destruir o serviço público. Vamos dizer que queremos dignidade, valorização, condições dignas de trabalho e data-base”, propôs, opinando ainda, assim como Erlon, que se o governo continuar junto com os banqueiros, e atuando pelo lucro destes, os servidores devem preparar a luta rumo a uma greve geral. “É um absurdo que até hoje, em pleno século XXi, o conjunto de servidores públicos federais ainda não tenha uma data-base nem um canal de negociação com o governo”, reforçou Ronaldo Nascimento, diretor do Sinasefe.
“O governo que angariar recursos para o juste fiscal em cima dos trabalhadores. É contra isso que queremos lutar”, esbravejou Cleusa Cassiano, dirigente do Sindsep/DF e do Condsef (Frente em Defesa dos Serviços e Servidores Públicos). Já Oton Neves, também do Sindsep/DF, lembrou que Dilma prometeu, durante a campanha que a elegeu para o atual e segundo mandato, que não retiraria direitos dos trabalhadores “nem que a vaca tussa”. Porém, veio a pressão dos banqueiros e ela editou as MPs 664 e 665. “Vamos lutar para que elas (as MPs) sejam derrubadas”, conclamou, destacando também o PL 4330/04, que permite a terceirização e a precarização do trabalho na iniciativa privada e no serviço público e avaliando que a aprovação da proposta no Congresso Nacional reconduzirá o trabalhador, a passos largos, à condição de escravos.