Realizado no período da manhã, diferentemente dos anteriores, que ocorreram sempre depois do meio-dia, o ato público desta quarta-feira, 23, apesar da chuva intensa que caiu sobre Belo Horizonte, reuniu quase 200 animados servidores em frente ao prédio da Justiça Federal.
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Já no início das atividades, pouco mais de 9 horas da manhã, Nestor Santiago, servidor da Justiça Federal e membro do Comando Estadual de Greve, lembrou aos colegas que o tempo é curto para aprovar o PCS e que, por isso, a intensificação da mobilização da categoria torna-se cada vez mais necessária. Em seguida, sua colega Eloísa Cruz ocupou o microfone e manifestou sua angústia de estar em greve, enquanto avolumam-se os processos nas varas federais, mas destacou a importância do movimento paredista. “Temos consciência de que, se não fizermos nada, aí é que não vai dar em nada mesmo”, observou.
Débora Mansur, servidora do TRT e coordenadora executiva do SITRAEMG, também chamou a atenção de todos para o necessário engajamento na greve, advertindo que, se não houver essa pressão, governo e Congresso Nacional não irão ceder e, daqui a pouco, os servidores do Judiciário Federal, cada vez mais sobrecarregados de trabalho, estarão também com os salários ainda mais baixos. Detalhando o calendário de votação da LOA – Lei Orçamentária Anual (apresentação de emendas ao Projeto de Lei: de 14/11 a 23/11; publicação e distribuição de avulsos das emendas: até 28/11; apresentação, publicação, distribuição e votação dos relatórios setoriais: até 07/12; apresentação, publicação, distribuição e votação do relatório do relator-geral: até 19/12; encaminhamento do parecer da CMO à mesa do CN: até 20/12; e implantação das decisões do plenário do Congresso Nacional e geração de autógrafos: até 22/12), Débora Mansur argumentou que a categoria deve reforçar a mobilização e manter a chama acesa. “Não podemos desanimar”, afirmou.
A servidora do TRT Rosa Miranda leu o “Decreto para garantir a aprovação do reajuste salarial do Poder Judiciário da União” (leia aqui), que foi elaborado pelo Comando Estadual de Greve e começou a ser distribuído aos servidores no ato público de hoje.
Advogado-mágico
E para esquentar os grevistas, o advogado Léo Santana, que tem a mágica como hobby e tem por hábito animar atividades de mobilização da classe trabalhadora, também compareceu para dar uma “canja”. Com uma cartola improvisada, exerceu suas habilidades ilusionistas arrancando frases alusivas à mobilização dos servidores do Judiciário pelo PCS, colocando na roda os servidores que, a princípio meio tímidos, foram assumindo o microfone para, tendo como referência o PCS e a ameaça do congelamento salarial, fazer seus comentários sobre “alta de preços”, “salário digno”, “poder de compra”, “dignidade”, “reajustes anuais das mensalidades escolares” e outros temas. A grande indagação do advogado-mágico era: como enfrentar tantas dificuldades com salários congelados desde 2006 e com previsão de se manter assim até 2019, caso o PCS não seja rejeitado e o PLP 549/09, ao contrário, aprovado?
Quinta-feira, ato; sexta, passeata
O servidor Nestor Santiago reforçou a convocação de todos os colegas para o ato desta quinta-feira, 24, a partir das 13 horas, em frente ao TRT da avenida Getúlio Vargas, e para a passeata de sexta-feira, 25, que sairá de frente do prédio da Justiça Federal e terminará em frente ao prédio do TRE da avenida Prudente de Morais, 100. “Será uma passeada diferente, em fila indiana”, anunciou.
Rubens Pinheiro, o Rubinho, servidor do TRT, rememorou sua iniciação na militância política, com sua participação em reuniões comunitárias, para lembrar que foi assim que começou a perder a inibição para falar em público. A partir dessa observação, chamou os colegas não só para se manifestar ao microfone, mas também a cantar com ele durante o ato.
Tentando contatos com colegas que viajaram para Brasília, para participar do ato de hoje à tarde, na Praça dos Três Poderes, Adriana Valentino informou que, conversando ontem com o também coordenador geral Hebe-Del Kader, este afirmou que havia notado mais boa vontade dos parlamentares em relação ao projeto de revisão salarial dos servidores do Judiciário Federal. “Vamos continuar pressionando, mandando e-mail, mantendo contatos com os parlamentares”, conclamou a coordenadora do Sindicato.
Próximas atividades da greve em Minas
- 24/11 – quinta-feira: 13h, ato público em frente ao prédio do TRT (Av. Getúlio Vargas, 225).
- 25/11 – sexta-feira: 13h, passeata com saída em frente ao prédio da JF. Os servidores seguirão até os cartórios eleitorais da Avenida do Contorno, 7.038, com parada de 30 minutos, e em seguida se deslocarão até o TRE (Av. Prudente de Morais, 100).