Agora não tem mais volta: é GREVE! A decisão, por unanimidade, foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária na tarde desta sexta-feira, 27, durante ato público realizado em frente ao prédio do TRE/MG, em Belo Horizonte. A adesão dos servidores do TRE, aliás, foi praticamente total: cerca de 70% deles não compareceram ao trabalho hoje, preservando apenas os serviços essenciais.
Durante o ato, iniciado às 12h, Alexandre Brandi, presidente do SITRAEMG, repudiou novamente a atitude das associações de magistrados ao enviar ofício ao ministro do STF, Gilmar Mendes, questionando a reivindicação dos servidores por revisão salarial – isso “segurou” o envio do anteprojeto ao Congresso Nacional. Rebatendo o argumento de que a revisão salarial, caso concedida, elevaria os salários dos servidores acima dos salários dos magistrados, o presidente do Sindicato disse que as únicas funções capazes de chegar a esse ponto seriam as CJs, mesmo assim, contando com benefícios e gratificações.
No momento da AGE, o sindicato propôs que fosse votada uma greve por tempo indeterminado de uma vez, evitando paralisações de 24 ou 48 horas, que a diretoria considerou “desgastantes e com poucos efeitos”. Em votação empolgada, com apenas cinco votos contrários e uma abstenção, em um universo de 350 servidores presentes, a AGE votou pela greve por tempo indeterminado a partir do dia 03/12, quinta-feira, em cumprimento aos prazos legais. Nova assembleia e ato público serão feitos no dia 04/12, sexta-feira, para reavaliar o movimento.
Na segunda, terça e quarta-feira anteriores (30/11, 1° e 02/12) será feito novo trabalho de convencimento, com tendas e representantes do Sindicato nos prédios da Justiça Federal (Avenida Álvares Cabral, 1805, dia 30/11) e do Tribunal do Trabalho (Avenida Getúlio Vargas, 225, dia 1°/12 e Avenida Augusto de Lima, 1234, dia 02/12). O horário será de 10h às 14h, nos três dias. Na ocasião, servidores e população serão conscientizados dos motivos da greve e convidados a apoiar o movimento.
Servidores comparecem em peso
Pela manhã, como ainda houvesse pessoas nos três prédios do TRE localizados ao longo da avenida Prudente de Morais, o presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, junto a alguns diretores da entidade, visitou os locais de trabalho convidando os servidores a aderirem ao movimento grevista, aumentando a pressão, que já é nacional, junto ao STF. Este trabalho de corpo a corpo foi realizado também ao longo da semana, com tendas em frente aos principais prédios do judiciário federal em Belo Horizonte.
No horário marcado para o ato, as vans disponibilizadas pelo Sindicato começaram a chegar com muitos servidores das Justiças Federal e do Trabalho, que engrossaram o coro de palavras de ordem e apitaços em protesto pelo envio urgente do anteprojeto da revisão salarial. Outros tantos vieram de táxi e, um a um, todos assinaram a lista de presença – que também faz o papel de registro de ponto paralelo, instrumento que resguarda os servidores das faltas.
Interior de Minas mobilizado
Mais uma vez, todos os diretores presentes ao ato parabenizaram os servidores das cidades do interior de Minas pela adesão à greve, que tem se mostrado expressiva em várias cidades. Servidores de vários locais têm enviado informes e fotos ao Sindicato, provando que a categoria está unida.
Em Juiz de Fora, onde também houve ato público e assembléia hoje, em frente à Justiça do Trabalho, servidores aposentados e da ativa das Justiças Eleitoral, Federal, Militar e do Trabalho decidiram, por maioria, acatar a decisão da AGE de Belo Horizonte, com avaliações diárias do movimento paredista.
“A avaliação que faço do movimento em Juiz de Fora é positiva, tendo em vista as várias barreiras enfrentadas na greve do PCS3 [em 2004]”, destaca Alexandre Magnus, diretor do SITRAEMG em Juiz de Fora. De acordo com Magnus, os servidores estão motivados e a adesão à greve naquela cidade foi maciça, chegando quase à totalidade.
