Gilmar Mendes recebe Comando de Greve mas não indica prazo para enviar projeto

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Presidente do STF recebe o Comando de Greve no segundo dia da paralisação nacional por tempo indeterminado do Judiciário Federal e do MPU; nova reunião no Supremo Tribunal Federal está marcada para esta sexta-feira. Servidores saíram da audiência convencidos de que é preciso intensificar a greve no país pelo envio do projeto da revisão salarial ao Congresso. Em Minas, a construção da greve passa pela paralisação de 48h nos dias 26 e 27, aprovada na assembleia geral.

O Comando Nacional de Greve esteve com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, para tratar do anteprojeto de lei da revisão salarial. A audiência ocorreu ao final da tarde desta quinta-feira 19, segundo dia da greve nacional dos servidores do Judiciário Federal e do MPU.

O ministro disse que existe uma comissão instalada para estudar a proposta, ‘congelada’ após a interferência das associações nacionais de magistrados e procuradores. Em tom agressivo, fez críticas à paralisação e ameaçou reprimi-la. Nova reunião de negociação, porém, foi confirmada para o dia seguinte, sexta-feira 20, no STF, com o ministro Ives Grandra, do CNJ, e representantes do STF, da federação nacional (Fenajufe) e das associações nacionais de magistrados. Reunião com os mesmos integrantes já ocorrera na quarta-feira.

Os servidores defenderam o direito de greve, disseram que a paralisação é legal e legítima e que só ocorreu porque o Supremo Tribunal Federal não cumpriu as datas que ele mesmo havia estabelecido para enviar o projeto de lei ao Congresso Nacional. “Dissemos que greve é um direito dos servidores”, resume Claudio Klein, do TRF de São Paulo e diretor da federação nacional (Fenajufe).

O ministro demonstrou preocupação com o cumprimento da “Meta 2”, chegando a dizer que a greve poderia comprometê-la. Sobre o projeto em si, disse que o problema é resolver a questão orçamentária e falou em corte de funções comissionadas.

Os integrantes do Comando de Greve cobraram por mais de uma vez do ministro um prazo para o envio da proposta ao Congresso Nacional, mas ele se negou a estabelecer uma data.

Também participaram da audiência os servidores Antonio Melquíades, o Melqui, diretor do Sintrajud-SP e da federação, Roberto Policarpo, do Sindjus-DF e da Fenajufe, Ramiro Lopez e Roniel Andrade, diretores da federação, e Gilvan Néri, do sindicato da Bahia. Pelo STF, o diretor-geral Alcides Diniz também esteve presente.

‘Greve deve ser intensificada’

Logo no início da reunião, parte da comissão de servidores foi surpreendida com o questionamento feito pelo ministro ao coordenador da Fenajufe Roberto Policarpo, no qual o presidente do STF alegava que uma negociação com os servidores, com reuniões quase diárias, estaria em curso.

Essa ‘negociação paralela’, no entanto, não havia sido divulgada pela direção majoritária da Fenajufe à categoria. Nas duas últimas reuniões ampliadas da federação, os servidores decidiram pela instalação em Brasília de um comando de greve e mobilização, que seria responsável por encaminhar as negociações de forma conjunta e transparente. O movimento Luta Fenajufe considera inaceitável que isso ocorra.

Para a servidora Ana Luiza Figueiredo Gomes, dirigente do Sintrajud e ex-diretora da federação, o sucesso da greve depende da participação dos servidores, da construção de uma forte mobilização e do respeito aos fóruns de decisão da categoria. “Elegemos um comando de negociação único e isso tem que ser respeitado”, afirma.

Opinião compartilhada por Claudio Klein, que ressalta que o resultado da negociação com o presidente do STF, a primeira após a decisão de deflagrar a paralisação, mostra que a mobilização tem que aumentar. “É o momento de intensificar a greve”, afirma.

Em Minas Gerais, a categoria decidiu parar por 48 horas nos dias 26 e 27 de novembro, próximas quinta e sexta-feiras. O protesto é parte da construção da greve por tempo indeterminado no estado.

Por Hélcio Duarte Filho
jornalista do Luta Fenajufe, especial para o SITRAEMG.

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