Muita, mas muita indignação com o governo Temer. Foi o que expressaram as dezenas de milhares de trabalhadores das diversas categorias, do serviço público e da iniciativa privada, estudantes, advogados e outros profissionais de vários campos de atividades, além de movimentos sociais, nas atividades do Dia Nacional de Luta realizadas na manhã desta sexta-feira (10), em Belo Horizonte. Véspera da entrada em vigor da nova lei trabalhista, a reforma promovida por Temer, que praticamente extinguiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), foi o principal alvo das manifestações.
Mas os participantes também protestaram contra a Medida Provisória (MP 805) que determina o aumento da contribuição previdenciária dos servidores públicos, de 11% para 14%, e adiamento de reajustes de servidores do Executivo, de 2018 para 2019, e deixaram claro que não vão deixar que Temer consiga aprovar a Reforma da Previdência, no Congresso Nacional, mesmo com as mudanças que estão sendo anunciadas para o texto da PEC 287/16, para enfiar goela abaixo da população essa proposta que praticamente inviabiliza a aposentadoria para as recentes, atuais e futuras gerações.
Houve concentrações logo de manhã em vários pontos da cidade: Praça Afonso Arinos, em frente ao prédio da Cemig, Praça da Estação e Praça Sete, depois de atos nesses locais, os participantes seguiram em passeata convergindo-se para a Praça Sete, onde realizaram mais uma manifestação, com revezamento de representantes das centrais sindicais ao microfone. Da Praça Sete, parte dos manifestantes seguiram para a Assembleia Legislativa, onde fariam um ato final, outra para a Câmara de Vereadores e outra realizou um ato simbólico na rua Curitiba em frente aos prédios do Ministério do Trabalho e da Justiça do Trabalho. Nesse ato, o coordenador geral do SITRAEMG Célio Izidoro denunciou que a reforma trabalhista prejudica principalmente os trabalhadores e trabalhadoras negras e que, com a Reforma da Previdência, Temer quer acabar com as possibilidades dos pobres se aposentarem. Por isso, defendeu a construção de uma forte luta para conter o ímpeto de usurpação de direitos do atual ocupante do Palácio do Planalto e sua base no Congresso Nacional.
Os participantes do Dia Nacional de Luta em Belo Horizonte deixaram bem claro que vão continuar firmes na luta pela revogação da nova lei trabalhista, porque, além de injusta, ela apresenta vários pontos inconstitucionais. E fizeram um alerta de que com essa lei, conjugada com a lei que permite a prática da terceirização sem limites nas empresas e nos órgãos públicos, e a Portaria MTB nº 1129, de 13/10/2017, que facilita o acordo de companhias flagradas pela fiscalização dessa prática, impede que elas constem na chamada “lista suja” do trabalho escravo, dificulta a comprovação do trabalho escravo, fica óbvio que o atual governo quer levar o país de volta aos primórdios da escravidão, para enriquecer ainda mais as elites, que são os banqueiros, empresários inescrupulosos e os especuladores do mercado.
Além de Célio Izidoro, também estiveram presentes nas atividades os coordenadores Hélio Diogo e Henrique Olegário Pacheco, e vários outros servidores do Judiciário Federal.
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