O SITRAEMG vem a público manifestar sua indignação e repúdio total à ação violenta das forças policiais que vem sendo utilizada pelos governos (municipais, estaduais e federal) contra as manifestações legítimas e pacíficas que ocorrem no país, desde a semana passada, contrárias ao patrocínio deliberado do Estado brasileiro à Copa das Confederações em curso e à Copa do Mundo de 2014.
Mais do que legítimo, trata-se de um movimento que representa o despertar do povo brasileiro para um quadro degenerado do sistema político da nação cujas únicas preocupações, com raras exceções, têm sido defender, pela via pública, apenas e tão-somente os interesses da vida pessoal e privada de seus atores e/ou de grupos e corporações que os mantêm ad aeternum na atividade político-eleitoral. Como se vê, inclusive no caso dessas duas competições esportivas de maior vulto internacional, a degeneração da política nacional revela-se – agora inteiramente desnudada – suprapartidária, posto que, envolvidos nessa avalanche de “entreguismo geral” de verbas públicas e do sistema legal do país à concretização de tais competições, está a grande maioria de partidos políticos que sustentam ora governo federal, ora governos estaduais, ora governos municipais.
Os governos e os partidos políticos não podem, agora, fingir-ser de vítimas, pois foram amplamente advertidos quando decidiram, à revelia, bancar a construção de estádios, isentar de impostos a entidade organizadora dos eventos – FIFA – e aprovar a Lei Geral da Copa, que se sobrepõe a leis nacionais já consolidadas e inteiramente vinculadas aos costumes da nação. Que arquem, então, com as conseqüências. Afinal, na esteira desse movimento contra o custeio das Copas das Confederações e do Mundo, pelo Estado brasileiro, vêm à tona não só os aumentos abusivos das tarifas de ônibus nos transportes urbanos. Vêm à tona a indignação do povo contra o total abandono desse Estado à saúde, à educação, à segurança pública, ao transporte, a um sistema viário funcional e seguro, a uma aposentadoria decente, a salários justos. Serviços que deveriam ser oferecidos cotidianamente a todo cidadão brasileiro, mas não são, em decorrência de má-gestão e direcionamento indevido dos recursos. É o grito de desabafo da população, também, contra a PEC 37 (proíbe a atuação do Ministério Público em investigações) e muitas outras propostas e medidas arbitrárias de iniciativa dos Poderes legalmente constituídos.
A coordenadora geral e de Comunicação do SITRAEMG, Adriana Correêa Valentino, tem acompanhado de perto a mobilização em âmbito nacional e, particularmente, em Belo Horizonte. E na noite dessa terça-feira, 18, ela esteve na assembleia que os manifestantes realizaram sob o viaduto de Santa Tereza, na capital, e decidiram pedir o apoio das entidades da sociedade civil ao movimento. Decidiram, ainda, centrar a mobilização, em Belo Horizonte, na defesa do passe-livre para estudantes no transporte público, reforma política no país, destinação de 10% do PIB nacional para a saúde e educação e melhorias no transporte público em geral.
O movimento – legítimo, pacífico, ordeiro – conta com total apoio e solidariedade do SITRAEMG.