II Encontro: palestrantes falam sobre desafios dos gestores para lidar com as próprias emoções e em gerenciar pessoas

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Os participantes do II Encontro Estadual de Diretores de Secretarias e Chefes de Cartórios tiveram, tanto na parte da manhã quanto na parte da tarde da última sexta-feira, 30 de março, a oportunidade de assistir palestras nas quais psicólogas abordaram o relacionamento entre as pessoas no ambiente de trabalho e quanto a fatores externos a eles. Valéria Cristina Pontes Alves e Ana Cláudia Braga Mendonça falaram, respectivamente, sobre “Gerenciamento de emoções” e “O trabalho que temos e o trabalho que queremos” – temas fundamentais para entender as aflições e o adoecimento dos servidores hoje em dia.

Valéria Cristina Pontes Alves (Foto: Gil Carlos Dias)

Pela manhã, tendo à mesa os coordenadores do SITRAEMG Artalide Lopes e José Francisco Rodrigues, além da secretária de Recursos Humanos do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais – TRE-MG, Gessy Rodrigues, a psicóloga e consultora organizacional Valéria Pontes Alves começou apontando a angústia e a ansiedade como dois dos principais males que levam os trabalhadores ao sofrimento e ao adoecimento dentro das instituições atualmente. Para a consultora, é preciso sempre fazer uma avaliação da própria atuação profissional e trabalhar com satisfação. Um dos fatores importantes para isso, de acordo com ela, “é ter alinhados os valores pessoais com os valores da instituição, para que você [trabalhador] não contrarie a si próprio o tempo todo ao exercer sua função”.

Valéria destacou a importância do autoconhecimento e explicou que os tempos atuais fizeram com que as pessoas privilegiassem o racional em detrimento do emocional e que isso faz com que elas não reconheçam o que sentem e tampouco saibam lidar com isso. “É preciso saber reconhecer as próprias emoções para canalizá-las, controlá-las e, por conseguinte, agir melhor com as pessoas ao seu redor”, acredita. Mas tudo feito com parcimônia: “é importante, no entanto, não se deixar tomar totalmente pelas emoções, ou você pode agir de forma impensada e se arrepender depois”, alerta.

Mudanças no ambiente de trabalho e motivação são desafios para os gestores

Na palestra da tarde, a secretária de Gestão de Pessoas do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Ana Cláudia Braga Mendonça, iniciou sua fala revelando ter as mesmas angústias dos participantes, posto que ela também é gestora em seu local de trabalho. A mesa que acompanhou a exposição de Ana Cláudia era composta pelos coordenadores do SITRAEMG Adriana Correa Valentino, Iclemir Costa, Osmar Souto e Fernando Guetti, além de Gessy Rodrigues (TRE-MG) e do servidor Elder Nazário, diretor substituto da 20ª Vara Federal.

Ana Cláudia Braga Mendonça (Foto: Gil Carlos Dias)

As mudanças que atingem o serviço público hoje são profundas e acontecem rápido, na opinião de Ana Cláudia. Fatores como a cobrança mais efetividade, transparência e controle na administração pública; o surgimento e o desaparecimento de funções com o avanço da tecnologia; e a incerteza quanto ao futuro devido à demora no PCS e ao aumento da expectativa de vida e da visível perda de benefícios são dificultadores para motivar os servidores. Ainda, como fatores internos aos ambientes de trabalho, a palestrante citou o choque de gerações e as altas qualificações dos novos servidores, que vão de encontro à deterioração das condições de trabalho.

Os gestores são os maiores responsáveis pelo ambiente de trabalho e precisam de cada vez mais habilidades, dadas as mudanças nos modelos de chefias – no entanto, “temos cada vez menos tempo para ‘pensar’ o trabalho, só conseguimos executar e executar”, lamentou Ana Cláudia. Ainda assim, ela frisou a importância de se fazer um esforço para sair da “zona de conforto” e se livrar de “verdades prontas”, para se permitir conhecer mais sobre as pessoas e dar-lhes o devido reconhecimento – que ela apontou como a coisa que as pessoas mais desejam.

Tanto Ana Cláudia Mendonça quanto Valéria Pontes Alves, palestrante da manhã, concordam sobre a importância do autoconhecimento para o trabalho do gestor atualmente: “o chefe precisa saber o que é melhor para si para então saber o que cobrar dos servidores e o que é melhor para todos”, afirmou a secretária de Gestão de Pessoas do TSE.

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