Matéria publicada no site da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, a CONDSEF, alerta sobre os perigos para o servidor público em contrair empréstimos consignados, especialmente em entidades que não exigem comprovação de renda. De acordo com a matéria, os servidores públicos são presas fáceis e cobiçadas para estas instituições e muitos são os casos em que o trabalhador compromete até mais da metade de seus vencimentos com parcelas de empréstimos. Leia baixo o texto na íntegra:
Não é de hoje que servidores públicos ativos, aposentados e pensionistas são alvo preferencial de muitas empresas que oferecem empréstimos sem necessidade de qualquer comprovação de renda. Um problema que tende a se agravar com a possibilidade dada a servidores públicos de migrar suas contas de salário para a instituição que preferir. Com a portabilidade bancária observa-se o aparecimento de muitas cooperativas que chegam ao mercado oferecendo empréstimos a menores juros que bancos. Para a Condsef qualquer tipo de empréstimo confira agiotagem. “A agiotagem, seja oficial ou clandestina, deve ser repudiada por todos os trabalhadores do serviço público”, avalia o secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa. O secretário lembra que não são poucos os exemplos de servidores que possuem grande parte ou até mesmo todo o salário comprometido com o pagamento de empréstimos. Para evitar uma máfia, que tem nos servidores seu principal foco, a Condsef defende a implantação de uma política salarial com salários dignos.
Com salário justo e digno se evitaria a necessidade de aquisição de empréstimos e por conseqüência a interrupção da exploração e agiotagem que acabam se transformando em um problema sério para a maioria dos servidores públicos. Claro que é preciso, antes de tudo, atenção redobrada por parte de cada servidor e servidora para que utilizem seus salários de modo a não comprometê-los com empréstimos e promessas de renda imediata que depois se mostram um verdadeiro pesadelo financeiro.
Antes de tudo, todos os servidores devem concentrar suas atenções na luta em defesa de melhores condições de trabalho. A mobilização e unidade intensas e pressão junto ao governo pelo atendimento de demandas urgentes são o caminho para assegurar dignidade e tratamento adequado à maioria dos trabalhadores públicos. Para isso, deve-se começar pela necessária equiparação salarial e posterior política de reajuste linear com recomposição da inflação. Essas são bandeiras de luta que vão permanecer como prioritárias e devem ser defendidas nesta próxima campanha salarial unificada que está sendo construída e deve contar com a participação de todos.