Cerca de 750 servidores reuniram-se em frente ao Tribunal do Trabalho, na rua Mato Grosso, em Belo Horizonte, para, mais uma vez, dizer em uníssono que não vão desistir de lutar pelo PL 6613/2009, o PCS. Para o ato de hoje, os servidores fizeram um “arrastão” nas varas do trabalho chamando os colegas a participar e decidir as próximas atividades de mobilização. Diversos trabalhadores das Justiças Eleitoral e Federal também compareceram à mobilização. Assim como no ato do dia 29 de setembro, todo o evento foi transmitido ao vivo pela Rádio SITRAEMG.
Lúcia Bernardes, coordenadora geral do SITRAEMG, abriu o ato cumprimentando os servidores e já alertando para uma falsa notícia publicada ontem, segundo a qual a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, teria acrescentado a verba necessária ao PCS à proposta do Orçamento para 2012. Ainda, a coordenadora chamou a atenção para a entrevista concedida pelo ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal – STF ao jornal Folha de São Paulo. “Não se deixem levar. O ministro não foi a favor dos servidores, ele somente quis jogar os juízes contra nós. Se ele realmente estivesse do nosso lado, já teria ido conversar com a presidenta [Dilma] sobre o nosso reajuste”, esclareceu Lúcia, que considerou ambos os acontecimentos como tentativas claras de desmobilizar a categoria, que está se movendo em todo o país.
Hélio Diogo Ferreira, também coordenador do SITRAEMG, pediu apitaços para os trabalhadores em greve nos demais estados brasileiros e conclamou os companheiros a se juntarem à mobilização e não terem medo de reações negativas dos tribunais. “A greve é um direito que vocês devem exercer sem medo. Não se iludam achando que o PCS vai ser aprovado na Câmara sem pressão da categoria”, avisou Hélio.
Apoio de dentro e de fora dos tribunais
O ato de hoje contou com a participação do Sind-UTE, sindicato que representa os professores do Estado, que acabaram de retornar de uma heróica greve de 112 dias por melhores salários e condições de trabalho. O representante da entidade e coordenador de Comunicação da mesma, Paulo Henrique Santos Fonseca, agradeceu a solidariedade dos servidores do Judiciário Federal durante a greve dos professores e reforçou o fato de que, sem greve, é impossível alcançar os objetivos da luta. O frei Gilvander Moreira, representando a Pastoral da Terra, também esteve presente levando seu apoio à causa dos servidores, assim como o Movimento Mulheres em Luta – MML, representado pela servidora aposentada do TRT Etur Zehuri.
Diversos servidores revezaram-se ao microfone para falar aos colegas sobre a importância de todos se unirem em prol da mobilização pelo reajuste salarial. Eles também deram informes sobre o que estava sendo feito em seus respectivos locais de trabalho e exaltaram a necessidade de união da categoria nesse momento de luta. Servidor da 14ª Vara do Trabalho, Júlio César Araújo estava acompanhado do filho pequeno e foi, junto a um grupo de servidores, de vara em vara conscientizando os colegas para participarem do ato. Ele parabenizou os presentes, mas reforçou que ainda mais deveriam participar.
Nestor Santiago, servidor da Justiça Federal, informou que 22 varas federais aderiram à paralisação e explicou como a mobilização começou por e-mails e alcançou as ruas. “O movimento não é brincadeira”, alertou ele, que sugeriu aos colegas que também utilizassem essa ferramenta para trocar informações e incentivar uns aos outros nos outros tribunais também. Carlos Antônio Ferreira, ex-presidente do SITRAEMG e mais conhecido como Ovo, também incentivou os colegas a lutarem e disse que é preciso acreditar na aprovação do PCS e levar essa crença a mais pessoas também.
Deliberações
Os quase 750 servidores presentes também decidiram por meio do voto, durante o ato público de hoje, sobre as próximas atividades de mobilização. Assim sendo, haverá novo ato público na próxima terça-feira, dia 11 de outubro, às 13h, em frente ao prédio do Tribunal regional Eleitoral – TRE (avenida Prudente de Morais, 100, bairro Cidade Jardim) e outra paralisação de 24 horas na quarta-feira seguinte, 19 de outubro, acompanhada de ato público, desta vez em frente ao prédio da Justiça Federal em Belo Horizonte (avenida Álvares Cabral, 1805, bairro Santo Agostinho), também às 13h.
A diretoria do SITRAEMG informou que, durante este período, os coordenadores do Sindicato estarão se reunindo com as administrações dos tribunais para negociar as paralisações e respaldar o movimento dos servidores.
Veja fotos da mobilização:
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