Com votos da oposição, governo aprova PEC do Calote no Senado

Compartilhe

A PEC 23/2021, ou PEC dos Precatórios, foi aprovada pelo plenário Senado nessa quinta-feira (2), por 61 votos a favor, 10 contra e uma abstenção. Como houve modificações no texto, a matéria retorna para apreciação da Câmara dos Deputados.

A proposta do governo abre espaço fiscal na ordem de R$ 106 bilhões no Orçamento da União de 2022. Os recursos servirão para custear temporariamente o Auxílio Brasil no valor de R$ 400 mensais. Este é o programa social que substituirá o Bolsa Família.

Parte dos recursos virá de uma mudança de cálculo no teto de gastos que foi instituído pela Emenda Constitucional nº 95. A medida marcará a primeira “furada” no teto que representou o congelamento dos investimentos da União no setor público desde 2016.

A outra parte virá da criação de um subteto para o pagamento dos precatórios. Por isso a proposta também foi apelidada de PEC do Calote, pois adia o pagamento de dívidas do governo para com trabalhadores e empresas já reconhecidas pela Justiça.

Votos da oposição

Antes da votação no Senado, anunciava-se forte resistência na Casa à aprovação da PEC na forma do texto aprovado na Câmara. Além do calote nos precatórios, o governo distribuiu R$ 1,2 bilhão em emendas parlamentares para conseguir os votos necessários para uma mudança Constitucional. E está evidente que o objetivo de Bolsonaro é impulsionar um programa social para chamar de seu, buscando melhorar a aprovação a seu governo.

O relator da proposta e líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), fez concessões em negociações que acabaram atraindo votos da oposição. Na Câmara, algumas legendas haviam votado integralmente contra a PEC. No Senado, o cenário mudou (veja como votaram todos os senadores).

Do PT, por exemplo, votaram com o governo Jaques Wagner (PT-BA), Paulo Paim (PT-RS), Paulo Rocha (PT-PA) e Rogério Carvalho (PT-SE). Paulo Prates (PT-RN) se absteve e o senador Humberto Costa (PT-PE) votou a favor em primeiro turno e não compareceu no segundo.

Uma das mudanças no texto é a garantia de que até 2026 o espaço fiscal aberto será totalmente vinculado a gastos sociais (programas de transferência de renda, saúde, Previdência Social e assistência social).

Outra mudança introduzida foi a antecipação da vigência do subteto dos precatórios, de 2036 para 2026. E a partir das negociações com a oposição, também foi acrescido um inciso no texto para uma “leitura mais clara de que o encadeamento da vinculação do espaço fiscal aberto estaria atendido” e a supressão de uma frase do artigo 4º, para evitar uma interpretação de que os gastos com saúde poderiam ser excluídos do teto de gastos constitucional.

Assessoria de Comunicação
SITRAEMG

Compartilhe

Veja também

Pessoas que acessaram este conteúdo também estão vendo

Busca

Notícias por Data

Por Data

Notícias por Categorias

Categorias

Postagens recentes

Nuvem de Tags