SITRAEMG manifesta condolências pela morte de sindicalista em BH

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A Diretoria Executiva do SITRAEMG, em nome de todos os servidores do Poder Judiciário Federal em Minas Gerais, dirige-se a todos os familiares, amigos e colegas de trabalho e de lutas de Hamilton Dias de Moura, presidente do Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região (Simeclodif), as condolências e o pesar pela morte do sindicalista. O corpo de Moura foi encontrado na tarde dessa quinta-feira (23/07), com várias perfurações de balas, no banco do passageiro de seu próprio carro, um Ônix vermelho, que estava na rua Quilombo, próximo à avenida Amazonas e em frente à estação do metrô da Vila Oeste, em Belo Horizonte.

Conforme noticiado pela imprensa, além de sindicalista, Hamilton (foto) era vereador e pré-candidato a prefeito pelo município de Funilândia, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a cerca de 80 quilômetros da Capital.

A polícia ainda não tem pistas sobre a motivação do crime. O SITRAEMG espera que seja apurado com urgência e que os responsáveis pelo assassinado sejam punidos de acordo com os princípios legais.

“Sua morte está vinculada ao clima hostil e perverso, no Brasil, contra lideranças dos movimentos populares, sindicais e sociais, com pelos menos um assassinato a cada semana. Franco, sincero e duro no debate, Hamilton Moura era o que Mao Tse Tung dizia, um bufálo de criança, pois não guardava rancores e era capaz de recompor o diálogo mesmo após embates aguerridos e tensos”, escreveu o Simeclodif em nota publicada no portal do sindicato (leia-a, na íntegra, abaixo), que tem sua sede localizada no bairro Barroca, em Belo Horizonte. (Fontes: portais G1 e dos jornais Estado de Minas e O Tempo – Foto: portal do Simeclodif)

Íntegra da Nota do Simeclodif

“Uma vida ceifada na covardia

O dirigente sindical, presidente do SIMECLODIF, e vereador em Funilândia-MG, Hamilton Dias de Moura, foi assassinado covardemente em Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira(23).

Um ato vil e traiçoeiro, contra um lutador social que dignificou todos os espaços de militância onde atuou, que não foram poucos.

Sua morte está vinculada ao clima hostil e perverso, no Brasil, contra lideranças dos movimentos populares, sindicais e sociais, com, pelos menos um assassinato a cada semana.

Franco, sincero e duro no debate, Hamilton Moura era o que Mao Tse Tung dizia, um bufálo de criança, pois, não guardava rancores e era capaz de recompor o diálogo mesmo após embates aguerridos e tensos.
Só não compactuava com a desonestidade e muito menos com quem explorava e enganava trabalhadores e trabalhadoras. Neste aspecto, Hamilton era sempre radical. Nunca exitou em enfrentar adversários que usassem sindicatos em proveito próprio, jamais se curvou aos interesses dos patrões sanguessugas nas entidades que dirigiu, dedicou-se às lutas populares contra a opressão e a exploração capitalista, ousou lutar por uma País mais justo, livre do jugo escravocrata que ainda domina as relações de classe em âmbito nacional.

Essa luta, a luta do povo, era o seu alimento, a sua energia. E sabia transmitir e incentivar. Mesmo sem formação acadêmica, dedicou-se aos estudos de forma autodidata e se fez conferencista, extraindo da sua vasta experiência elaborações teóricas e práticas para os conteúdos disseminados em palestras no Brasil e no Exterior.

Sua fidelidade à classe operária, sua dedicação ao ideal da revolução social, seu entusiasmo em lutar com o povo marcava o entusiasmo da sua militância política.

No movimento sindical dedicou-se, com afinco, aos aspectos da organização e da formação ideológica dos dirigentes sindicais, demarcando um princípio: capital e trabalho são duas formas sociais que não se misturam, a opção pelo mundo do trabalho, a dedicação à causa proletária não admite conviver com o pés em duas canoas. Por isso era radical. Não admitia a conciliação criminosa de dirigentes que vendiam os direitos de trabalhadores e trabalhadoras, pelos quais se desdobrava em busca de condições dignas de trabalho e melhores salários.

Por isso tinha inimigos, pois não escondia as suas posições e não recuava frente aos poderosos, enganadores, exploradores, pelegos e a malta de parasitas que se enriquece explorando o trabalho alheio.

Essa sua postura de combatente digno, de lutador social com princípios sólidos, com certeza, está no centro do seu assassinato traiçoeiro. Crime por encomenda, execução sumária, sem chances de defesa, pois, não tiveram coragem de enfrentá-lo frente à frente.

Hamilton Moura era um guerreiro das causas populares e era consciente dos riscos que enfrentava, mas, não tinha maldade, era um lutador que, também, sabia ser duro sem perder a ternura. Por isso foi pego desprevenido, de tocaia.

Mas, a sua luta não foi em vão. O seu exemplo será uma referência para muitos outros “hamiltons”, que vão continuar carregando a sua bandeira.

Seu nome nome será lembrado, sempre, como sinônimo de luta e determinação na defesa dos interesses do povo, dos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente entre os motoristas profissionais do transporte urbano, do transporte de cargas, dos motoristas de ambulâncias, dos ajudantes aos quais dedicou grande parte da sua vida.

Hamilton Dias de Moura, covardemente assassinado, um crime que precisa e será elucidado, com a devida punição dos responsáveis, continuará vivo, na forma como descreveu Camões, como aqueles homens destacados que, “pelas suas obras valorosas, da lei da morte vão se libertando”.

Ele estará presente entre os companheiros de diretoria no Simeclodif, a sua última grande obra, que darão continuidade ao seu trabalho; será sempre lembrado pelos seus amigos e companheiros espalhados em diversas entidades sindicais em todo o País; sua história está escrita nas atividades partidárias, a últimas delas como vereador em Funilândia; além de continuar vivo na saudade e na lembrança dos seus familiares.
Consternados, com indignação e revolta frente à essa covardia, unimos as nossas vozes em um só grito: HAMILTON DIAS DE MOURA, PRESENTE”.

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