A filiada e servidora Rosimare, em parceria com o SITRAEMG, promoveu ontem (04/07), a roda de conversa “Maturidade ativa e saudável: Preparando-se ao longo do curso da vida profissional”. O evento teve ínicio no começo da noite, e contou com a participação de oito especialistas, que compuseram a mesa de debate.
No inicio do evento, Rosimare deu boas vindas a todos os presentes e apresentou os resultados da pesquisa “Os principais desafios do envelhecimento no trabalho de servidores públicos” feita em Maio desse ano, também promovida com apoio do SITRAEMG. O estudo visou compreender e discutir os obstáculos enfrentados pelos servidores aposentados em seu ambiente de trabalho. A pesquisa foi feita por meio de um questionário entregue aos aposentados, que respondiam perguntas sobre as atividades exercidas no período de trabalho, as principais mudanças observadas nesse tempo e os aspectos positivos e negativos do envelhecer no trabalho. A pesquisa também contou com a participação de especialistas da área da ergologia, ramo da ciência que estuda as situações do trabalho.
Após apresentar os resultados, Rosimare lançou a nova pesquisa, voltada para os servidores ativos. A pergunta, homônima ao tema da Roda de Conversa, era “Como se preparar ao longo da vida profissional para uma maturidade ativa e saudável? (levando-se em conta os resultados da pesquisa e a experiência profissional)”.
A mesa de debate era formada pelos coordenadores do SITRAEMG Célio Izidoro e Paulo José da Silva; Glausse Caetano Rosa, terapeuta ocupacional e gerontóloga; Áurea Maria Parreira, aposentada e psicológa que atuou no TRT; Arthur Lobato, psicólogo e responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do SITRAEMG; Maria do Carmo Catalano, servidora da Justiça Federal e médica do trabalho; Rosilene Strecker, linguista e Vanilda de Souza, também servidora do PJU.
Célio Izidoro foi o primeiro a responder a pergunta. Ele destacou que a maturidade saudável, em um ambiente de trabalho, se inicia desde uma infância, que deve ser sadia. Paulo também se manifestou, abordando os impactos da mecanização do trabalho e as metas de produtividade impactam de forma negativa na saúde dos servidores.
Glausse ressaltou a importância das relações interpessoais. Para ela, manter as relações com amigos e família é importante para se ter um processo de envelhecimento saudável, além, claro de ser uma pessoa flexível quanto as mudanças externas do mundo. Maria do Carmo falou sobre a problemática da relação entre o trabalhador e a instituição. Muitos servidores, ao se aposentarem, acabam perdendo vínculo com o local de trabalho e com os colegas, o que acaba gerando um sentimento de “abandono” do novo aposentado. Os limites físicos que chegam com o envelhecimento do corpo, também foram lembrados durante o debate. Áurea Maria Parreira, a primeira psicóloga do TRT, apontou uma alternativa: “Adaptar aos limites e continuar evoluindo, buscando conhecimento.”
O individualismo no ambiente de trabalho, também permeou a discussão. Arthur Lobato mostrou preocupação com esse problema, provocado pelas novas formas de organização do trabalho. Segundo ele, com a eliminação do “tempo morto”, o momento em que você pode tomar um café e conversar com seu colega, as pessoas acabam não criando vínculos, o que acaba levando a esse processo de individualização do trabalhador.
Rosilene Strecker, abordou a questão do ponto de vista da linguística. Para ela, a necessidade do aposentado se expressar, o que é dificultado pela própria sociedade em que vivemos, é um dos pontos a serem considerados para uma maturidade saudável.
A discussão entre os especialistas e servidores foi finalizada por Vanilda, que está em processo de aposentadoria. Ela disse que está em busca de novas atividades para se preparar para a nova rotina.
Logo após, o público pode conversar com os debatedores, fazer perguntas e dar opiniões acerca do que foi discutido.
Ao final do evento, Rosemaire lembrou aos presentes sobre a consulta pública “Propostas de Metas Nacionais para a Justiça do Trabalho” feita pelo TRT-3. Até amanhã, a pesquisa está aberta para que todos os cidadãos opinem sobre as metas de produtividade desse tribunal. A pesquisadora destacou a importância da participação de todos, para que a prestação jurídica seja eficaz, mas que preserve a qualidade de vida e saúde dos servidores.