Na manhã desta sexta-feira, 21, a coordenadora de saúde e relações de trabalho do SITRAEMG Débora Melo Mansur continuou com as visitas aos locais de trabalho na cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira – hoje ela esteve no Foro do Trabalho e na Turma Recursal. Esta série de viagens começou na quarta-feira, 19, pela cidade de Muriaé e passou também por Cataguases e Leopoldina. Na tarde de ontem, 20, os servidores da Justiça Eleitoral e Militar de Juiz de Fora receberam o Sindicato.
O Foro do Trabalho de Juiz de Fora é composto por cinco Varas do Trabalho e a Secretaria do Foro. Em todos os locais, a coordenadora do Sindicato, acompanhada pelo coordenador regional e aposentado da Justiça Militar Raimundo Alves fez questão de convidar os servidores para o Encontro Regional Zona da Mata, que será realizado na noite de sexta e durante todo o dia de sábado no Hotel Ritz – por sinal, a um quarteirão da Justiça trabalhista.
Nas cinco VTs, os servidores mostraram-se preocupados com a aplicação da Resolução Administrativa 63 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e com a instalação do Processo Judicial Eletrônico, que estão sendo feitos em conjunto. Eles questionaram sobre a possibilidade de entrar com uma ação contra a perda das funções comissionadas e pediram ao Sindicato para averiguar a data certa de sua aplicação, pois corre um boato de que haveria um adiamento para 2014.

Débora reforçou que o PJe não vai eliminar os servidores, mas que eles “precisam se posicionar e exigir seu espaço no processo de aplicação da RA 63 e de instalação do PJe”, disse. Esse processo, somado à defasagem da remuneração e à falta de cuidado com o servidor, observada em todas as Justiças, seria parte de um processo de sucateamento e desvalorização do Judiciário: “no Brasil, não se investe no serviço público e nem no servidor”, lamentou.
Assim, é preciso que o servidor cuide de si mesmo e se preserve – nesse sentido, a coordenadora do SITRAEMG chamou a atenção de todos para a importância de fazer pausas a cada hora trabalhada, uma vez que, trabalhando com dois monitores com o PJe, a visão sofre mais. As pausas também são boas oportunidades para relaxar os músculos e manter contato com os colegas de trabalho, prevenindo o stress e problemas como ansiedade e depressão. “Vocês precisam correr atrás agora, para chegarem à minha idade tranqüilos”, incentivou o coordenador Raimundo Alves.
Varas Recursais
Também chamadas de Turmas Recursais, os servidores deste setor, que funciona nos últimos andares de um prédio com vista para a Catedral Metropolitana de Juiz de Fora, receberam o SITRAEMG muito bem e foram muito participativos. Junto com a coordenadora executiva Débora Melo Mansur e com o coordenador regional Raimundo Alves, a oficial de justiça aposentada e filiada ao Sindicato Maria Salete Rodrigues acompanhou a visita.
Nestes locais, a insatisfação com a RA 63 também é grande. Os servidores alertam para a queda na qualidade das condições de trabalho que certamente virá junto com a aplicação da norma. “Vai haver muita insatisfação, pois uns vão ganhar mais que outros sendo que ambos estarão fazendo a mesma coisa”, criticou um servidor, se referindo a retirada de funções comissionadas. “Se isso fosse um problema de uma empresa privada, julgado pela Justiça do Trabalho, a própria JT mandaria voltar a pagar a quantia a todos, igualmente”, observou outro.

Os servidores também criticaram a divisão que se deu na categoria quando o debate sobre os sistemas de remuneração ficou mais acirrado, na época da luta pela aprovação do PCS. Eles apontam que o assunto foi pouco debatido e que os trabalhadores, preocupados somente em defender seus próprios pontos de vista, esqueceram-se de lutar pelo bem comum. Neste ponto, os representantes do Sindicato pediram a todos para se manterem informados sobre as ações do SITRAEMG e participarem mais do Sindicato. “Os tribunais são subservientes aos outros poderes. O Sindicato pode até pressionar as administrações, mas isso só funciona realmente se a categoria estiver por trás do movimento, senão, nada acontece”, observou Débora Mansur.
Janaina Rochido, de Juiz de Fora


