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Trabalhadores cruzam os braços e realizam mais uma grande manifestação em BH

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Toda a indignação dos trabalhadores diante da arrogância do governo Temer e sua base aliada ao insistirem em aprovar propostas de reformas na Previdência e nas leis trabalhistas que praticamente acabam com os direitos do trabalhador, inclusive de um dia vir a se aposentar, pôde ser constatada nesta sexta-feira, 30 de junho, na grande mobilização realizada em Belo Horizonte neste dia da segunda Greve Geral deste ano no Brasil. Os ânimos ficaram ainda mais acirrados quando duas notícias foram dadas durante discursos nos carros de som: da prisão, em Uberlândia, de manifestantes que atiraram ovos em uma van que conduzia o ministro da Saúde, Ricardo Barros, que estava em visita à cidade, e, em situação oposta, a autorização do ministro Marco Aurélio ao Senado para que devolvessem o cargo ao senador Aécio Neves, que estava afastado do cargo, por decisão do ministro Edson Fachin, depois da delação dos sócios do grupo JBS que o deduraram por receber R$ 2 milhões de reais em propina e por tentar obstaculizar a Justiça.

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Como tem ocorrido nas manifestações deste ano, os trabalhadores se concentraram inicialmente em três locais tradicionais de mobilização na cidade: praças da Estação, Afonso Arinos e Sete de Setembro. Das duas primeiras, seguiram em passeata até a Praça Sete e, desta, todos seguiram juntos, em passeata, rumo à Assembleia Legislativa, onde participaram de uma audiência pública sobre a reforma trabalhista. Estiveram presentes milhares de trabalhadores de diversas categorias do serviço público (Judiciário Federal, Justiça estadual, professores das redes públicas estadual, federal e municipal, do Ministério Público estadual, Correios, do setor de saúde, os petroleiros, que começaram ontem uma greve por tempo indeterminado, e outros) e da iniciativa privada (professores, metalúrgicos etc.), estudantes universitários e secundaristas e movimentos sociais. Até crianças, ainda no colo, compareceram junto com os pais, também com mensagens contra as reformas e o governo.

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Ilegitimidade do governo e do Congresso Nacional

Do alto dos carros de som disponibilizados pelas centrais sindicais, os participantes criticaram as reformas veementemente. A trabalhista porque, ao contrário do que diz o governo, não contribuirá em nada para a redução do desemprego. Pior do que isso, vai remeter os trabalhadores aos tempos da plena escravidão. Entre tantas “maldades”, prevê a prevalência do negociado sobre o legislado (em lugar da lei, a “forca” da negociação direta com os patrões, em uma correlação de forças inteiramente desfavorável ao empregado), o trabalho intermitente (é aquele em que se contrata o empregado por hora, em jornada móvel, horas e períodos que mais se adequam às necessidades das empresas), redução do horário de descanso (podendo o horário de almoço ser reduzido para até 30 minutos), fim da obrigatoriedade do pagamento do piso ou salário mínimo etc.. A da Previdência porque, por exemplo, fixa a idade mínima para a aposentadoria para homens e mulheres (65 e 62 anos, respectivamente), bem avançada para os padrões de qualidade de vida brasileiros, eleva o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos e o mínimo para aposentadoria integral (para 40 anos).

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O governo e os parlamentares, não tem legitimidade para sustentarem propostas de mudanças tão drásticas nos direitos dos trabalhadores. O governo, por ter seus principais personagens, incluindo o próprio presidente da República, acusados de envolvimento em pesados esquemas de corrupção. E os parlamentares, por também ter uma maioria citada ou denunciada por prática de corrupção e por pertencerem a uma das legislaturas mais conservadoras da história do país, preocupando-se em defender única e exclusivamente os interesses próprios e do grande empresariado. Com tantos direitos ameaçados, os manifestantes reiteraram a convocação aos colegas para o fortalecimento das lutas, para impedir o ímpeto do governo e do Congresso pela aprovação das reformas. Em faixas e cartazes, mandaram vários recados, como o já conhecido em coro e verso “Fora Temer!”, e o alerta aos deputados e senadores: “Reforma da Previdência e Trabalhista: se aprovar, não vai voltar”.

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Para mudar o quadro, a grande maioria pediu “Diretas já!”. Mas houve também quem disse não acreditar que eleições resolvam, explicando que já estão muito “viciadas”, em razão do controle do poder econômico. A saída, nesse caso, seria a “revolução”. De quase todos os discursos, contudo, ficou uma certeza: se a luta cessar, as reformas vão passar. Por isso, outras greves gerenciais devem ser convocadas.

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