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Saúde, Carreira e Relações de Trabalho: é hora de construção e proposição

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Foi instalado no Rio de Janeiro, dia 31 de maio de 2012, na sede do Sisejufe (Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado do Rio de Janeiro), durante a “Jornada Sisejufe de Saúde, Condições e Relações de Trabalho”, um Grupo de Trabalho da Fenajufe, para dar especial atenção à saúde do trabalhador do Judiciário Federal, por meio de capacitações aos sindicatos da categoria, realização de estudos, pesquisas e proposições para melhorar as condições de trabalho dos servidores.

O GT de Carreira, Saúde e Relações de Trabalho nasceu do casamento de duas teses apresentadas na XVII Plenária Nacional da Fenajufe (4 a 6 de junho, em São Luís-MA) uma pelo Rio Grande do Sul e outra por Minas Gerais. A ideia é trabalhar em conjunto com todos os sindicatos brasileiros filiados à Fenajufe realizando um trabalho sindical preventivo, propositivo e não apenas crítico. Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Campinas (SP), Amazonas, Espírito Santo, Rondônia, Santa Catarina, Acre e Amapá já integram o grupo que aguarda novas adesões.

Durante o a primeira reunião do GT foi detectado que a saúde do trabalhador não é uma das maiores preocupações dos tribunais mais preocupados com o lucro e resultados do que com o fator humano. O adoecimento, principalmente o psíquico vem crescendo cada vez mais dentro das instituições públicas. Mara Weber, delegada e Secretária de Relações de Trabalho e Saúde do Sintrajufe-RS disse que tem esta preocupação com a saúde mesmo antes da unificação. Ela quer a conscientização da categoria para colocar a saúde em patamar de destaque. “Tenho sentido que existe uma demanda muito grande da categoria. Este é o espaço de exercitar a cooperação, a afetividade de uma maneira coletiva”, disse Mara.

Débora Melo Mansur, Coordenadora de Relações de Trabalho e Saúde do SITRAEMG, disse que o servidor público federal é considerado marajá que ganha e não produz. “O servidor do judiciário federal tem que “produzir” lucro social, justiça social e não lucro financeiro e econômico. Isto se o interesse for fortalecer o estado democrático de direito e a cidadania em nosso país”, salientou Débora, alertando que os servidores precisam resgatar o seu papel, auto-estima e identidade profissional, de maneira individual e coletiva.

Francisco Cleber Coelho da Silva, representante do Sitraam-AM/RR e servidor da Justiça Trabalhista no estado do Amazonas, disse que existem laudos de insalubridade no prédio do foro, com risco de desmoronamento, e que é alvo de chacota no estado, com reportagens na mídia. “O TRT (2ª instância) está interditado desde um incêndio”, destacou Cleber. Quando foi tratado o tema “teletrabalho”, o servidor disse que assim como ele, alguns de seus colegas acham bom trabalhar em casa, porém, não veem a qualidade que perdem com a família dependo de seu perfil. Também do Amazonas, Rui Wanderley Lopes, diretor do Sinjeam-AM, parabenizou a Fenajufe pela instalação do GT. “Trabalhei no Banco do Brasil e na Caixa Econômica, e lá, os direitos são levados a sério pelos trabalhadores e não há a divisão que há no judiciário, o que acaba refletindo na saúde”, disse o servidor, salientando a importância da efetivação desta ação (do GT) para não ficar apenas no papel.

Maria Martha Lima dos Santos, diretora executiva do Sindiquinze (Campinas) e auxiliar de enfermagem no TRT, acredita que a justiça funciona para fora, mas não para dentro. “Somos tratados como números, o servidor está impotente e desconhece seus direitos”, disse. Já a Psicóloga Maria Antonia Damásio, coordenadora de formação política e políticas sociais do Sindicato da Bahia, sugeriu que a categoria seja escutada. Ela acredita que é necessário discutir sobre o trabalho. “O adoecimento mental é silencioso e quando estoura é difícil, pois, como não é visível, é desqualificado. Trabalho perigoso é aquele que não dá autonomia”, conclui Antônia.

Ronaldo Almeida das Virgens, diretor do Sisejufe-RJ, lotado na JF, na Secretaria de Recursos Humanos: “No Tribunal, temos serviços de massagem, mas não adianta nada disso se somos pressionados, desconsiderados e controlados até no tempo que levamos para ir ao banheiro”, informou o sindicalista pedindo também atenção especial aos aposentados que, em sua visão, são abandonados pelos tribunais. Sérgio Amorim dos Santos, diretor do Sindicato do Rio Grande do Sul, informou que lá (RS) eles têm uma pauta especifica de saúde muito forte. “Nossa expectativa é avançar nessa pauta não no tratamento das consequências, mas no ataque as causas”, disse o sindicalista.

Pesquisas

Durante a reunião, a ideia da realização de pesquisa no ambiente de trabalho foi levantada com a intenção de abordar os seguintes temas: pausa, sobrecarga de trabalho e metas. Para a realização da pesquisa, o GT definirá alguns parâmetros. Sobre isso, o representante do Sindicato do Rio, disse que começarão pelo TRT, a pesquisa no seu estado, onde há maior receptividade da administração.

Sobre esse tema, Mara Weber, delegada do Sintrajufe-RS, disse que os servidores têm Know how e que pesquisa é uma desculpa. “Ela é instrumento de conscientização, o ambiente que antecede sua aplicação é de escuta e sensibilização para a pesquisa”, disse a sindicalista informando que o Sindicato distribuiu 6.600 formulários e que não foram largados soltos. Segundo ela, é necessário que a categoria confie no trabalho do sindicato para responder à pesquisa.

“A técnica não é algo isento. Entregamos nossa saúde para quem estiver no poder naquele momento. Não podemos perder este domínio. Esta tem que ser a raiz do nosso trabalho na saúde”, disse Dr. Rogério Dornelles, médico do trabalho na Fundação CEEE e assessor do Sintrajufe/RS, opinando pela criação de dirigentes que dominem o tema e que possam passar isso para os servidores. “Recuperar dentro de nós a humanidade muito fácil de ser perdida por quem milita nos sindicatos e trabalha nos tribunais”, disse o médico.

Divisão de estudos e trabalhos

Mara Weber propôs, durante o encontro, a divisão em dois eixos de estudos e trabalho:

1- planejamento estratégico: carreira, avaliação, metas, método de planejamento: o que queremos, nossa proposta e processo judicial eletrônico, CNJ (Conselho Nacional de Justiça), CSJT (Conselho Superior de Justiça do Trabalho), CSJF (Conselho Superior da Justiça Federal), funções, democratização da gestão.

2- Sistema Integrado de Assistência à Saúde do Servidor (SIASS): como ele está? A meta 14 do judiciário trabalhista diz respeito à implantação do programa de acidentes de trabalho: como está sendo construído? Que legislação é esta que está vindo etc.

 

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