O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Cezar Peluso, insistiu ontem na necessidade de reajustar salários dos servidores do Judiciário, mesmo depois de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciar cortes no orçamento para 2011 e falar em adiar qualquer reajuste para os servidores da Justiça.
Peluso, que disse não ter lido os jornais nem ter tomado conhecimento das declarações do ministro, garante que a reivindicação não tem nada de “espetaculoso ou de exagero” e classificou de “pura invenção” quando dizem que “o judiciário quer um aumento de 56%”.
– Não sei de onde retiraram este número mágico – afirmou.
Pelas suas explicações, a necessidade do aumento está no fato de diariamente ele assinar exoneração de funcionários do Supremo que vão para cargos semelhantes no Executivo e no Legislativo para ganhar muito mais.
– E nós não podemos segurar. É isto que temos que tentar consertar – disse ele.
Mas o ministro garante que a reivindicação do Judiciário não é para ser atendida de uma única vez.
– Queremos, dentro das possibilidades orçamentárias, fazer o que é possível ao longo do tempo para permitir que estes cargos que exercem funções análogas nos três poderes, tenham remuneração análoga. Não precisa ser igual, mas que permita que o Judiciário consiga reter os seus quadros de maior excelência, sem serem atraídos pelos melhores salários de outros poderes. Não tem nada de espetaculoso, nem de exagero – argumentou.
Fonte: Jornal Zero Hora, Rio Grande do Sul