Nesse domingo (18/11), o SITRAEMG realizou uma visita na comunidade dos Arturos, quilombo urbano localizado no bairro Jardim Vera Cruz, em Contagem. O objetivo foi comemorar o dia da consciência negra, relembrando as lutas quilombolas. Representando o Sindicato, estiveram presentes os coordenadores gerais Célio Izidoro e Carlos Humberto Rodrigues, a coordenadora de finanças Artalide Lopes, o coordenador executivo Dirceu José dos Santos, o conselheiro fiscal Lindon Johnson Oliveira e filiados, como Carlos Nazareno, entre outros.
Na comunidade, os servidores desfrutaram de um café da manhã com quitandas típicas e, em seguida, conheceram a história dos Arturos. A rainha do Congado, Maria Gorete Costa, destacou que no quilombo urbano não existe intolerância religiosa e o foco é a união da família e manter a tradição do congado.
A visita contou também com uma roda de conversa sobre “Perspectivas dos Quilombolas no atual cenário político-social”. De acordo com a Maria Gorete, o racismo ainda não acabou. “Nós negros que sentimos. A luta contra o preconceito é nossa. O cenário político é difícil, mas temos condições de resistir”, disse.
João Pio é um dos reis da comunidade dos Arturos, professor da rede estadual, e trabalha na Secretaria de Direitos Humanos de Minas Gerais. Ele ressaltou que o racismo não é “mimimi” ou coitadismo. “Precisamos criar mecanismos constantes de enfrentamento, políticas públicas, solicitar a punição ou até mesmo a prisão dos racistas, se necessário. Na próxima gestão nacional, vejo como uma ameaça para a população negra, população quilombola, indígenas, os mais pobres e os trabalhadores”, destacou.
O coordenador Célio Izidoro destacou que é o terceiro ano que o Sindicato visita os Arturos. “Aprendemos muito, tivemos todo um histórico da luta do povo negro e ainda temos muito que lutar. No próximo Novembro Negro, assumo um compromisso que nós, do Sindicato, iremos realizar debates e palestras para conscientizar os servidores da categoria sobre a necessidade da luta permanente, não só do povo negro, mas da mulher que ainda sofre com o machismo, do povo LGBT e dos índios”, afirmou. O coordenador ressaltou ainda a importância do Núcleo de Negros do SITRAEMG para construir dentro do judiciário um debate de raça, pois os desafios são grandes.
Cumprindo a programação, foi realizada uma Oficina de Futebol para crianças. O conselheiro fiscal Lindon Johnson Oliveira e servidor do TRT/Contagem é o coordenador da oficina e enfatizou que a iniciativa promove a interação social, recreação, desenvolvimento das habilidades e a superação de desafios para as meninas e os meninos da comunidade.
Em seguida, foi realizado um almoço com churrasco animado com samba de raiz. Os visitantes também conferiram a Feira de Artesanato da Comunidade, penteados afros e visita às dependências públicas do local.
Comunidade dos Arturos
A Comunidade dos Arturos é composta pelos descendentes de um antigo escravo de nome Artur, vem daí o nome Arturos, preservando a cultura e religiosidade local através dos Congados. Os Arturos descendem de Artur Camilo Silvério e sua esposa Carmelinda Maria da Silva.