O coordenador executivo do Sitraemg David Landau percorreu ontem (segunda-feira, 16) os locais de trabalho de quatro prédios do TRT em Belo Horizonte: da rua Mato Grosso, da avenida Augusto de Lima, da rua Curitiba e os dois da avenida Getúlio Vargas. Percorrendo andar por andar e verificando setor por setor, onde havia servidores trabalhando presencialmente, o coordenador, usando máscara e respeitando o distanciamento, conversou com os colegas, explicou em detalhes os efeitos nefastos da PEC 32/2020, da Reforma Administrativa, para os servidores e para a população, e reforçou a convocação para a greve da próxima quarta-feira (18) e para o ato unificado que será realizado na mesma data, às 17 horas, na Praça Afonso Arinos, em Belo Horizonte.
Ele esteve também no prédio da rua Goitacazes. Como havia poucos servidores, conversou com alguns deles na recepção e fez essa convocação pelo microfone, de dentro do carro do sindicato.
Ainda na capital, o mesmo trabalho de mobilização prossegue nesta terça-feira (17), nos prédios do TRE/MG e da Justiça Federal.
David Landau lembrou que a realização da greve neta quarta-feira, em todo o país, foi decidida ao final do Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Setor Público. O evento aconteceu nos dias 29 e 30 de julho, com mais de cinco mil representantes sindicais inscritos de toda a federação. A adesão dos servidores do PJU foi aprovada na AGE da categoria promovida pelo Sitraemg no último dia 11.
O objetivo do governo com essa reforma, esclareceu o coordenador do Sitraemg, é transferir aos poucos os serviços hoje prestados pelo funcionalismo para a exploração de empresas privadas. Isso será feito com a aprovação de uma série de medidas que mudarão por completo a estruturação das carreiras do serviço público e atingirão não só os futuros, mas também os atuais servidores.
Landau alertou, ainda, que todo o conjunto da sociedade será prejudicado, sobretudo as camadas mais pobres, com a queda da qualidade dos serviços. Porém, mesmo admitindo a força do governo sobre sua base parlamentar, afirmou que é possível barrar a proposta na Câmara. Para ele, um dos pontos favoráveis é a situação de fragilidade dos partidos do chamado “centrão” diante da grande exposição que o grupo vem recebendo na mídia por seu costumeiro apoio promíscuo ao governo. Outro fator aliado seria o medo dos parlamentares de votarem contra os servidores e direitos básicos do conjunto da população. O temor é que, com as campanhas de esclarecimento promovidas pelos sindicatos, eles devem perder muitos votos no ano que vem.
Além disso, as entidades representativas do funcionalismo vêm realizando fortes campanhas de esclarecimento à população sobre a reforma e de evidenciação de deputados reformistas em suas bases eleitorais. É o caso, por exemplo, do Sitraemg, que faz esse trabalho através da campanha “Quem faz o Brasil” e outras ações.
O coordenador do Sitraemg advertiu, no entanto, que o enfrentamento ao governo nessa luta surtirá efeito se os servidores se aliarem às entidades e participarem das mobilizações. E isso pode ser demonstrado com a adesão à greve desta quarta-feira (18) e presença nas manifestações.
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