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SITRAEMG e filiado repudiam atitude de assessor de multinacional que mandou trabalhador fazer concurso para ter salários altos e se tornar “funcionário da Dilma”

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O filiado do SITRAEMG Marlúcio da Conceição, servidor da Justiça Eleitoral (150ª Zona Eleitoral), em João Monlevade, enviou à direção do Sindicato, por e-mail, mensagem manifestando seu repúdio a infeliz fala do assessor de comunicação da ArcelorMittal, multinacional do setor siderúrgico sediada naquela cidade, em reunião com os trabalhadores da empresa. A declaração do assessor está registrada no jornal Zé Marreta (veja cópia), editado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade.

“Enquadramento: assessor da ArcelorMittal diz que quem quiser ‘promoção fácil’ deve fazer concurso público federal”, é o título da matéria do jornal Zé Marreta. No texto, os leitores são informados que “(…) o assessor disse o seguinte: que informações sobre enquadramentos podem ser obtidas junto a gerentes de área ou supervisores e que quem quer se promover facilmente na empresa para ter salários altos está no lugar errado – deveria, isso sim, fazer um concurso público para se tornar ‘funcionário da Dilma’”. Segue-se a esse trecho o seguinte relato: “O comentário do assessor causou indignação nos companheiros”. “Há uma palavra que costumamos sempre reprisar: respeito. Talvez seja melhor repeti-la em maiúsculas: RESPEITO”, completa o texto do jornal Zé Marreta.

Tão indignado quanto a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade, os trabalhadores da ArcelorMittal e toda a base daquela entidade sindical, o SITRAEMG faz suas as palavras do jornal Zé Marreta e do servidor Marlúcio da Conceição, externando sua posição de total repúdio à atitude do assessor de comunicação daquela empresa. A função de um assessor de comunicação é exatamente facilitar a comunicação de uma organização com o seu quadro funcional e com o público. Indo na contramão dessa praxe, o próprio assessor não soube se “comunicar” – ou se expressou de maneira inteiramente equivocada -, deixando uma imagem extremamente negativa da própria instituição em que trabalha. Além disso, como profissional da comunicação, demonstrou-se totalmente mal informado e revelou desconhecer completamente a realidade vivida há anos pelos servidores públicos. Dezenas de direitos foram retirados do funcionalismo federal nas últimas duas décadas, os salários estão defasados há quase 10 anos e fica cada vez mais distante a possibilidade de chegar à aposentadoria com uma remuneração minimamente decente.

Assim como o Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade, o SITRAEMG exige RESPEITO do assessor de comunicação da ArcelorMittal aos servidores púbicos. Além disso, dá-lhe uma sugestão: leia, informe-se melhor, antes de se dirigir ao público. Assim, evitará dizer besteiras. O servidor concursado, como o próprio assessor cita, é funcionário da União, e não “da Dilma”. A Dilma, deveria saber ele, é hoje a maior inimiga do funcionalismo público.

A seguir, a manifestação de repúdio do servidor da Justiça Eleitoral de João Monlevade:

Senhores Coordenadores Gerais do SITRAEMG,

Envio-lhes em anexo a cópia do jornal “ZÉ MARRETA”, edição de n.º 1327, que é editado pelo Sindmon-Metal – Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade/MG.

Devo-lhes esclarecer que esta minha iniciativa, que inicialmente pode parecer sem sentido, deu-se após constatar que restou consignado em referido jornal fala do Assessor de Comunicação da ArcelorMittal/João Monlevade/MG que reputo gravemente ofensiva a todos os Servidores Públicos Federais.

Em reunião ocorrida naquela unidade da ArcelorMittal entre trabalhadores e o seu Gerente Geral, onde se discutiu, dentre outros assuntos, o enquadramento do pessoal ali lotado, ao ser dada a palavra ao Assessor de Comunicação da referida empresa, ele soltou a seguinte pérola: “quem quer se promover facilmente na empresa para ter salários altos, está no lugar errado – deveria, isso sim, fazer um concurso público para se tornar “funcionário da Dilma”.

Este é um grave desrespeito com toda uma categoria de Servidores Públicos Federais, e que demonstra o total desconhecimento e despreparo de um porta-voz de um dos maiores grupos siderúrgicos do mundo.

O que me preocupa é que este fato demonstra a imagem que grande parte da sociedade brasileira têm de nós servidores federais ou estaduais. E isso se deve à grande mídia brasileira que sempre deturpou as reivindicações dos servidores públicos, como se estes não tivessem que ter penado para conseguir a aprovação nos concursos públicos, ou como se estes, todos, integrassem o rol daqueles que se arvoram dos cargos públicos mediante o apadrinhamento político ou mediante o nepotismo, e que recebem vultuosas funções comissionadas sem, não raras as vezes, sequer comparecer ao local de trabalho.

Pessoas como esse assessor de comunicação devem imaginar o cargo público como uma benesse!

Um ponto importante a ser considerado para a formatação de qualquer campanha salarial é o de que seja efetivamente levado ao conhecimento da sociedade brasileira a situação atual dos servidores federais, sobretudo de nós, Servidores do Poder Judiciário da União, enfim, nossa realidade dentro do atual contexto sócio-econômico  do Brasil, a fim de se evitar que os governantes, através da grande mídia, como tem ocorrido frequentemente, joguem a opinião pública contra os servidores públicos.

Atenciosamente,

Marlúcio da Conceição
Analista Judiciário
150 ZE – TRE/MG
João Monlevade/MG”

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