O Sitraemg, por meio de sua Diretoria Executiva, soma-se à mobilização nacional da classe trabalhadora contra a “escala 6×1”.
Trata-se de um movimento contra a jornada de trabalho em vigor, que atinge a maioria dos trabalhadores brasileiros e corresponde a seis dias diretos de trabalho, ou 44 horas semanais, intercalados com um dia de descanso.
A iniciativa veio do vereador do município do Rio de Janeiro Rick Azevedo (PSOL), criador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), e foi abraçada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL/RJ).
A parlamentar apresentou uma Proposição de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a redução da jornada máxima semanal, de 44 horas para 36, abrindo a possibilidade de até três folgas subsequentes, por meio de alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Até a manhã desta quarta-feira, 13 de novembro, o requerimento já havia alcançado 194 assinaturas, 23 a mais que as 171 necessárias para apresentá-lo à mesa diretora da Câmara dos Deputados. Depois de uma avaliação da mesa diretora, a PEC estará apta para o início de sua tramitação.
Trabalho com qualidade de vida
“Muito boa a ideia promovida pelo vereador do PSOL carioca de que não devemos viver para trabalhar, mas sim o contrário. Com o avanço da tecnologia, as mesmas tarefas antes cumpridas em jornadas muito maiores, agora são possíveis garantindo-se maior tempo de descanso e lazer”, avalia o coordenador-executivo do Sitraemg David Landau.
Para ele, não se pode aceitar que o aumento da produtividade implique em mais exploração e desemprego. “A diminuição da jornada de trabalho, com possível aumento nos dias de descanso, também tem que chegar à nossa categoria, com o devido aumento na quantidade de cargos e a adequação orçamentária que traga melhoria de vida a todos nós, trabalhadores”, pleiteia Landau.
Adesão de quase todos os partidos
Nada menos que 27 deputados e 81 senadores, dos mais variados espectros políticos, já aderiram à ideia.
Já subscreveram o documento representantes de 18 dos 29 partidos existentes no País: PSOL, PT, Rede, PL, PCdoB, PDT, Republicanos, PSD, União Brasil, Solidariedade, PP, PV, PSB, MDB, Podemos, Avante, PSDB e Cidadania.
Entre as siglas com representação no Congresso Nacional, só não há assinaturas do Novo. Os outros 10 – Agir, Mobiliza, PSTU, PCB, PRTB, DC, PCO, Novo, PMB e UP – não possuem deputado ou senador e, por isso, não podem subscrever o requerimento.
Causa apoiada por celebridades
Há também uma extensa lista de celebridades que apoiam a luta contra a escala 6×1, e a favor da redução da jornada. Entre elas estão o influenciador Felipe Neto, a atriz Luana Piovani, MC Bin e Valesca Popozuda.
“Quando é que nós da classe trabalhadora iremos fazer uma revolução nesse país contra essa escala 6×1? Gente, é uma escravidão moderna. Moderna não: ultrapassada”, questiona o vereador carioca Rick Azevedo em vídeo para a campanha contra a escala 6×1.
“Isso tira do trabalhador o direito de passar tempo com sua família, de cuidar de si, de se divertir, de procurar outro o emprego ou até mesmo se qualificar para um emprego melhor. A escala 6×1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador”, diz a deputada Erika Hilton, ao justificar sua decisão de apresentar a PEC.
Diretoria Executiva do Sitraemg