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Servidores exigem segurança no Fórum Ruy Barbosa em São Paulo

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Servidores do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa (Barra Funda) realizarão nesta quarta-feira, 31, uma concentração às 8h, em frente ao Fórum. A manifestação tem como objetivo protestar contra a inércia do tribunal no tocante à segurança do prédio e saúde do trabalhador e cobrar medidas imediatas da Administração do TRT-2 para que não aconteçam mais suicídios no prédio. Os servidores exigem que o prédio permaneça fechado até que medidas de segurança sejam implementadas.

Os servidores se unificarão com os Magistrados no ato público convocado pela AMATRA-2 (Associação dos Magistrados de Justiça do Trabalho da Segunda Região) para acontecer também nesta quarta-feira, às 13h, no Fórum Barra Funda.

A manifestação estava marcada para acontecer nesta terça-feira, 30, porém, na madrugada da terça foi publicada portaria suspendendo o expediente no Fórum. Servidores acreditam que a suspensão do expediente ocorreu por pressão política da categoria que têm trabalhado em estado de alerta, insegurança, apreensão e medo e tem cobrado do TRT-2 a efetivação de medidas de segurança.

Durante a manifestação, os servidores irão discutir a organização da mobilização e paralisações nos próximos dias. O Sintrajud orienta aos servidores que vistam preto.

Caso o expediente seja cancelado também amanhã (30), a manifestação será adiada para o dia seguinte. “Faremos o ato no dia que o for reaberto o Fórum, não é possível continuar trabalhando neste clima de medo e consternação, a Administração garantir medidas segurança imediatamente”, afirmou Inês Leal, diretora do Sintrajud e servidora da JT.

Solidariedade

Em protesto à falta de segurança no Fórum Ruy Barbosa e solidariedade aos trabalhadores do mesmo, os servidores dos Fóruns da Zona Sul e Zona Leste fizeram um minuto de silêncio durante o expediente na manhã desta terça-feira, 30.

O Sintrajud também recebeu nota de pesar e solidariedade da FENAMETRO, do Professor do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da USP, Marcus Orione e o direito do trabalho brasileiro na USP e Juiz do Trabalho, Jorge Luiz Souto Maior, enviaram notas de apoio e solidariedade.

 

Nota do professor direito do trabalho brasileiro na USP e Juiz do Trabalho Jorge Luiz Souto Maior

O suicídio ocorrido ontem no Fórum Rui Barbosa foi um fato de tristeza inigualável.
Solidarizo-me com os familiares e amigos das pessoas diretamente envolvidas.
Solidarizo-me também com o(a)s colegas  – juíze(a)s, servidore(a)s, advogada(o)s e terceirizada(o)s – que atuam no Fórum, pois, certamente, estão sofrendo muito com essa tragédia, que, ademais, não é a primeira, como se sabe.

Neste momento é muito importante falar a respeito, questionar e refletir.

Naturalizar o ocorrido representaria uma espécie de brutalização da vida e uma forma de oprimir a condição humana de todos os envolvidos.

É, portanto, bastante oportuno – e mesmo essencial, eu diria – o ato em defesa da vida, organizado pelos servidores do Fórum, ao qual me associo.

Precisamos, sim, defender a vida (de todo(a)s)!

Um abraço fraterno,
Nota do Professor do Departamento de Direito do Trabalho e da Seguridade Social da USP, Marcus Orione

Neste instante de profunda tristeza, é momento de pensarmos a importância da preservação da vida, das condições para que todos possam ter uma vida com dignidade.

É importante percebermos a relevância do papel do Estado na consolidação de políticas públicas que possibilitem a vida digna. É relevante pensarmos a importância de um serviço público de qualidade para que as vidas das pessoas sejam revestidas de dignidade.

Portanto, é indispensável que nos postemos contra a investida legislativa que atinge os servidores públicos, fragilizando-os na condição de emissários de uma política pública pela vida decente de todos da população brasileira. É relevante que nos postemos também contra a inércia do poder público, quando este não garanta aos seus servidores um ambiente de trabalho saudável e livre de assédios de toda sorte.

É necessário, ainda, pensarmos que as pessoas em geral não podem ser destinatárias de leis que promovam a precarização de condições de suas existências, como propostas legislativas que defendam a terceirização ou que promovam reformas na previdência social, estas últimas inviabilizando a dignidade nos momentos em que estamos mais fragilizados, como na velhice, na doença ou no desemprego. Tais medidas semeiam o medo e delas somente podemos colher o desespero.

Este instante de luto é um também um instante de luta: de luta pela dignidade da vida de todos os trabalhadores!

Fonte: SINTRAJUD

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