Ao abrir o debate à participação dos servidores presentes, ao final das palestras do período da manhã, do “Círculo de Debates sobre Remuneração no Judiciário Federal”, no último sábado (21), no SITREMG, o presidente Alexandre Brandi fez o seguinte comentário: “Temos que traçar esse perfil da categoria em nível nacional com números [veja aqui o convite encaminhado pelo Sindicato ao conselheiro do CNJ, Paulo de Tarso Tamburini, para esclarecer e debater sobre o quadro de servidores do Poder Judiciário no evento do último sábado]. O Judiciário Federal fica escondendo os números, precisamos saber o que está acontecendo de fato com a categoria. Pela primeira vez estamos tendo dificuldades, enfrentando, inclusive, a oposição na própria cúpula do Judiciário que, a meu ver, alinhou-se ao Executivo, aceitando discutir a questão da nossa remuneração somente após as eleições”.
Uma das muitas dúvidas manifestadas pelos servidores em relação ao subsídio foi a questão das diferenças existentes entre as categorias do Executivo e do Judiciário, além do fato de o Judiciário Federal ter um número muito maior de servidores [cerca de 103 mil em todo o país] do que o contingente das bases dos sindicatos representados pelos palestrantes [Unacon, Sindifisco Nacional e Sinal]. Os três foram bem claros que falavam com base apenas na experiência da implantação dessa forma de remuneração em suas categorias. Não queriam dizer que o subsídio é a fórmula ideal para todas as categorias de servidores, inclusive os do Judiciário Federal. Porém, ponderou o vice-presidente do Sindifisco Nacional, Sérgio Velozo: “Se até os juízes o defendem é porque é coisa muito boa. Ademais, acaba com a segmentação das categorias e há facilidade de mobilização entre elas, inclusive de outros poderes, com essa forma de remuneração”.
Os três sindicalistas também esclareceram que a questão foi amplamente discutida com os servidores antes da implantação. E interrogados sobre como ficaria, com o subsídio, a luta por futuros reajustes, Sérgio Belsito, presidente do Sinal respondeu: “Salário não cai do céu. Salário é luta. O caminho é o fortalecimento das categorias e das entidades”. “Devemos estar preparados, porque sabemos que a luta é sempre dura”, foi a resposta do representante do Sindifisco Nacional.