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SITRAEMG participa de seminário sobre o tema no Rio de Janeiro

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Foi realizado no último fim de semana (de sexta, 22, a domingo, 24), no Rio de Janeiro, o ll Seminário Nacional de Negras e Negras, do Setorial da CSP- Conlutas. O SITRAEMG esteve presente, representado pelo coordenador Célio Izidoro, integrante do movimento Quilombo Raça e Classe.

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O coordenador do SITRAEMG Célio Izidoro, na composição de uma das mesas do evento

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A seguir, um relato do coordenador do Sindicato sobre o evento:

“Diante da crise econômica e política que atinge a classe trabalhadora no Mundo e no Brasil, o seminário surgiu no momento oportuno em que há necessidade de combater o racismo no cotidiano sindical, popular, estudantil e na sociedade, com Raça, Gênero e Classe. O desemprego, os cortes de salários e a inflação pioram principalmente as condições de vida dos negros (homens, mulheres e jovens), e aprofundam a opressão e exploração. Esses fatores provocam mais perdas a este setor da classe que, historicamente, já sofre com o estigma do racismo nas escolas, na admissão no emprego e, na maioria das vezes, com baixos salários.

Há um aumento de todas as formas de opressão – em especial o racismo, atrelado à violência -, demonstrado através da publicação de vários índices de ocorrências. De 2002 a 2014, houve um crescimento alarmante da violência doméstica, dos estupros e homicídios, do tráfico sexual e mulheres desaparecidas, do genocídio da juventude negra nas periferias. Este último apresenta índices de morte superiores aos de países em guerra civil, caracterizando-se como uma “faxina étnica.”

Hoje, muito se tem falado em “Estado democrático de direito”, mas foi no governo do PT que foi criada a Força Nacional de Segurança, que reprime manifestantes. Ou seja: o Estado não passa de um destacamento de homens armados para garantir a governabilidade da burguesia. Não por acaso, uma das últimas medidas de Dilma, antes da sua iminente e inevitável queda, foi a aprovação da Lei Antiterror, que tem como estratégia criminalizar os movimentos sociais, como, por exemplo, os estudantes que ocuparam as escolas em São Paulo e ocupam agora as do Rio de Janeiro,servidores de Contagem em greve.

 

Para os trabalhadores, que vêm sofrendo brusca perda de seus direitos historicamente conquistados na luta, deve haver investigação e punição para todos os políticos e respectivos acusados de envolvimento nos esquemas de corrupção no governo Dilma amplamente divulgados pela imprensa.

Os nossos povos quilombola e indígena vivem sem expectativa de mudança em sua luta diária. E o povo negro, na periferia, assiste à juventude sendo exterminada e sem expectativa de oportunidades em suas vidas.

Vários representantes entidades, e ativistas de todos os cantos, debateram amplamente as formas como o racismo vem se expressando nos locais de trabalho, reproduzidas no movimento sindical, popular, estudantil e na sociedade, e meios para de combatê-lo, a exemplo da necessidade de todos os sindicatos criarem secretarias de combate ao racismo, uma das  orientações  discutidas e aprovadas no seminário.

Outra questão relevante no debate foi que as mulheres negras fazem parte de um contingente que, durante séculos, exerceram atividades nas lavouras, nas ruas – como vendedoras e prostitutas, empregadas domésticas – e outras atividades de baixa remuneração, condição esta que nem todas passaram. Aliás, as mulheres burguesas foram protegidas socialmente, já que, no mundo ocidental cristão, difundiu-se a ideia de que trabalhos pesados e atividades guerreiras eram incompatíveis com a imagem de “fragilidade feminina” – portanto, longe do ideal de mulher disseminado pela burguesia.

As mulheres negras continuam ocupando atividades de subemprego, com baixa remuneração, insalubridade e sem proteção trabalhista, a exemplo do trabalho informal e das funções de empregadas domésticas. É uma questão histórica e cultural, que tem que ser mudada! Se não bastasse toda esta realidade histórica e cotidiana das trabalhadoras domesticas, constituída majoritariamente pelas mulheres negras, que são a base da pirâmide social brasileira, estas mulheres ainda aparecem nos mais altos índices de violência doméstica, estupros, exploração sexual, resultantes da opressão machista e da exploração capitalista impregnada na sociedade.

Outro tema levantado por vários participantes foi o assedio moral ligado ao crime de racismo, que ocorre em vários locais de trabalho. Um exemplo é o caso da servidora do TRE em São Paulo que, mesmo concursada, deve desvio de função e discriminação por parte de juízes promotores. Denúncia essa que deve ser apurada e as providencias cabíveis tomadas, bem como em outros casos verificados nos locais de trabalho em relação ao adoecimento decorrente desses crimes, que levam à desmotivação do trabalhador. Exemplo: Suzane, do Hospital Felício Roxo, por não suportar o local de trabalho devido às repetidas humilhações sofridas, por perseguição racial. Outro tema lamentável constatado: a terceirização, relacionada à mais grave forma de precarizaçao do trabalho, discriminação de gênero, raça e sexualidade (rotatividade, acidentes ; exposição a condições de trabalho análogas à escravidão, e mortes). A liberação indiscriminada da prática da terceirização pode piorar o quadro de desigualdades já existente no mundo do trabalho, intensificando a superexploração dos trabalhadores.

Por fim, não há duvida de que, quando a crise econômica se aprofunda, os governos e os patrões prontamente se juntam para defender seus privilégios e atacar o emprego e as condições de vida dos trabalhadores. A corrupção também faz parte dessa lógica. Ou seja, tudo aquilo que é para os trabalhadores um aperto, precarizaçao e desemprego, para os agiotas financeiros e empresários, e seus  agentes (governo, Congresso,  juízes), representa maior lucro e altíssimos rendimentos.

Diante disso á que o SITRAEMG faz um chamado para que os servidores participe das atividades de mobilização que o Sindicato promoverá no 2 de maio, Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral”.

No dia 2 de maio, o SITRAEMG instalará tendas nos prédios do TRT (da Rua Mato Grosso, 468, e da Avenida Getúlio Vargas, 225), Justiça Federal (Avenida Álvares Cabral, 1.741) e TRE (Av. Prudente de Morais, 100), em Belo Horizonte, onde será distribuído material informativo sobre o assédio moral.

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