Vítima de um sequestro relâmpago ao lado de uma colega de profissão, um oficial de Justiça Federal tomou uma atitude impensada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta sexta-feira. Ameaçado por três bandidos armados, que estavam no banco traseiro, Moises Tomé de Queiroz, de 48 anos, jogou o seu veículo, um CRV prata, no pátio da 16ª DP (Barra da Tijuca) para pedir ajuda. Com a ação, os bandidos desceram do carro e, antes de tentar fugir, fizeram três disparos na direção das vítimas. No banco do carona, Cristina Silva de Melo, de 48 anos, levou dois tiros de raspão na cabeça. Os dois oficiais de Justiça estavam de plantão e foram atender a um chamado no Centro.
Na tentativa de fuga, um adolescente de 16 anos foi apreendido por policiais civis a poucos metros do pátio da delegacia, na Rua Maria Luísa Pitanga. Magno Kelo dos Santos, de 21 anos, foi preso e outro adolescente de 16 anos foi apreendido por policiais militares do 23º BPM (Leblon), acionados para dar apoio a ocorrência, na Avenida do Pepê, na Barra. Com eles, foi apreendido um revólver calibre 38. De acordo com os PMs, o primeiro menor apreendido já tinha passagem pela polícia também por tentativa de assalto.
Cristina foi levada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge e depois foi transferida para uma unidade particular. O estado de saúde dela é bom. Segundo os seus familiares, ela e Moises estavam de plantão e foram chamados para acompanhar o caso de uma menina de quatro anos que buscava atendimento num hospital. Na volta para a Barra, quando desciam do carro para fazer um lanche, eles foram abordados na Avenida Olegário Maciel, na Barra. Ao ver a identificação dos oficiais de Justiça, os assaltantes começaram a fazer ameças que levariam as vítimas para uma favela e executariam os dois. Assustado, Moises entrou no pátio da delegacia para pedir ajuda.
O filho de Cristina, o advogado Leonardo Silva de Melo, de 23 anos, contou que a sua mãe já tinha sofrido um sequestro relâmpago em 2003. Por causa desse crime, ela teve síndrome do pânico e ficou afastada do trabalho.
— Minha mãe foi vítima desse mesmo crime em 2003, quando ficou por volta de seis horas no poder dos bandidos. Ela ficou afastada do trabalho por um tempo e esse era o seu primeiro plantão. Ficamos revoltados porque esse bandidos já cometeram outros crimes e continuavam soltos. Se nada for feito, a sociedade continuará passando por esse tipo de situação — disse Leonardo.
Fonte: Jornal Extra – Rio de Janeiro