Em assembleia realizada no pátio da Assembleia Legislativa, na quarta-feira, 5, os servidores da rede pública estadual de educação decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 17 de junho. Em outra assembleia já agendada para o dia 4 de julho, a categoria se reunirá para definir os rumos do movimento.
A categoria reivindica o pagamento do Piso Salarial retroativo, descongelamento da carreira, atendimento digno no Ipsemg, nomeação de todos os concursados para os cargos vagos, cumprimento de hora-atividade sem o aumento da jornada de trabalho, valorização, respeito e negociação com o governo do Estado de toda a pauta de reivindicações.
“Estamos novamente mobilizados e lutando pela mesma pauta, o que deixa claro o descaso do governo. Por isso, convidamos a todos aqueles não estão satisfeitos com esse tipo de tratamento, que se juntem a nós”, convoca a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.
Calendário
Na assembleia estadual do último dia 5, os trabalhadores em educação de Minas Gerais aprovaram o seguinte calendário de luta:
Junho
– 17 e 18, 22, 26 e 27 – greve por tempo determinado.
– 17, 22 e 26 – Nesses dias haverá jogos da Copa das Confederações e a categoria fará mobilizações estratégicas para dialogar com a sociedade antes das partidas.
– 18 e 27 – Haverá manifestações regionais.
– 19 – Diálogo com alunos sobre o movimento dos trabalhadores em educação.
– 28 – Diálogo com alunos sobre o movimento dos trabalhadores em educação.
Julho
– 04 (quinta-feira) Assembleia Estadual, com greve de 24h, no Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte.
A indignação da categoria, segundo o SindUTE/MG
“Outros fatores deixam indignados os trabalhadores em educação e são situações que vêm se arrastando desde 2011. Como exemplo a manifestação de mais de 153 mil profissionais da educação que não quiseram o subsídio como forma de remuneração. No entanto, o Governo do Estado impôs a toda a categoria essa condição, contrariando o Acordo assinado pelo governo do Estado, em 27 de setembro de 2011, que negociava o pagamento do Piso Salarial na carreira. “Hoje, os educadores estão em piores condições do que em janeiro de 2011, daí a necessidade constante de fortalecermos a luta”, explica Beatriz Cerqueira.
O governo do Estado, ao não pagar o Piso Salarial, e também ao não investir os 25% determinados pela Constituição Federal na educação, não só desrespeita os trabalhadores como também desqualifica a educação pública mineira.
Vale lembrar que, em 2011, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu o que deveria ser considerado Piso Salarial Nacional Profissional – era o vencimento básico e não toda a remuneração do professor, a Secretaria de Estado da Educação teve a oportunidade de fazer um processo que pudesse construir o pagamento do Piso Salarial na carreira. “Mas a ausência de atitude da Secretaria e a omissão do Governo do Estado levaram a categoria à maior greve da história de Minas Gerais”, destaca a direção do Sindicato.
A Secretaria de Educação, por meio da Resolução 2.253/13, aumentou a carga horária do professor criando mais horas de exigência curricular, principalmente, para os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. No Ensino Médio, foi prometido coordenador para o projeto “Reinventando o Ensino Médio”, mas, o preenchimento desta função não foi autorizado pela Secretaria. Os Conservatórios de Música continuam com um quadro de pessoal aquém das suas necessidades.”
Fonte: SindUTE/MG